Descendente de D. Pedro falado para vice de Bolsonaro

Luiz Philippe de Orleans e Bragança, 49 anos, é descendente do imperador D. Pedro II. Os eleitores do ex-militar desejam-no mas ele anda ocupado a redigir uma nova Constituição.
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Falhada a possibilidade de contar com Magno Malta, senador e cantor de gospel, e após a evidente falta de química com Janaína Paschoal, a advogada coautora do texto de impeachment que derrubou Dilma Rousseff, o candidato presidencial Jair Bolsonaro busca agora uma opção para vice-presidente dentro de portas, isto é, no PSL, partido do qual é militante. Entre os nomes falados, o do príncipe Luiz Philippe de Orleans e Bragança, por enquanto apenas candidato do partido a deputado federal, é o mais provável.

Descendente de D. Pedro II, segundo e último imperador do Brasil, de 1840 a 1889, Bragança é sobrinho de Luiz Gastão de Orleans e Bragança, atual chefe da Casa Imperial do Brasil e, portanto, imperador, caso a República do Brasil fosse uma monarquia.

"Não recebi nenhum contacto de Bolsonaro, nem por e-mail nem por WhatsApp, nada, o que vem sendo noticiado é fruto de um movimento nascido de apoiantes nas redes sociais", disse o príncipe ao jornal Gazeta do Povo.

Nesse movimento, Luiz Bragança surge destacado como o preferido dos eleitores do capitão na reserva e deputado federal para o cargo de vice-presidente. Na lista, o astronauta Marcos Pontes, que será ministro da Ciência no caso de Bolsonaro ser eleito, surge em segundo lugar.

Gestor de empresas e mestre em Ciência Política pela Universidade de Stanford, Bragança foi executivo da Time Warner, gigante mundial de comunicações, e trabalhou no mercado financeiro.

Embora se sinta honrado por ser o preferido dos eleitores de Bolsonaro para o cargo de vice, o por agora candidato apenas a deputado federal pelo Rio de Janeiro diz-se "muito envolvido", ao lado de um grupo de juristas, na elaboração de uma nova Constituição do país que visa a desburocratização do Estado.

Na economia, assume-se como um liberal: antes do PSL, aderiu ao Partido Novo, cujo candidato à presidência João Amoêdo defende Estado mínimo. Mas nos costumes é conservador, o que o separou de Amoêdo e aproximou de Bolsonaro - é contrário a que questões como o aborto sejam sequer levadas a discussão. Durante o processo de destituição de Dilma fundou ainda o movimento cívico Acorda Brasil, que defendia a deposição da então presidente.

Uma vez no poder, o príncipe sabe que lutar pelo regresso da monarquia seria uma luta ingrata. "Não precisamos necessariamente de ter rei, mas precisamos de um poder moderador, e isso pode ocorrer dentro da República", defende.

Philippe é do ramo de Vassouras da Família Real brasileira, ao contrário do seu primo direito João Henrique, que pertence ao ramo de Petropólis, é filho de Luiz Gastão e, por isso, está na linha sucessória ao trono.

Philippe é primo muito afastado de D. Duarte, o herdeiro do trono português, descendente de D. Miguel, irmão de D. Pedro.

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