Os acionistas minoritários do BPI, representados pela Associação de Investidores e Analistas Técnicos do Mercado de Capitais (ATM), admitem avançar com uma ação de responsabilidade civil contra o acionista Allianz se a venda de 2% do Banco Fomento Angola (BFA), detido maioritariamente pelo BPI, for aprovada na assembleia geral de 23 de novembro..“Se a deliberação for aprovada vamos pedir a impugnação e admitimos avançar com uma ação de responsabilidade civil contra a Allianz porque achamos que este investidor pode ser considerado acionista parasitário”, revelou Octávio Viana, da ATM, ao Dinheiro Vivo. A seguradora alemã tem 8,42% do capital do BPI e uma relação histórica com o Caixabank, acionista com 45% do BPI e que lançou uma OPA sobre o resto do capital. .O banco catalão já disse que se a OPA avançar vai manter com a Allianz a aliança para colocação de produtos. Por isso mesmo, os minoritários acreditam que a Allianz tem interesse em alinhar-se com o CaixaBank e aprovar a venda de 2% da BFA para que a OPA avance..A venda de 2% do banco à parceira Unitel, onde a empresária angolana Isabel dos Santos é acionista, visa resolver o problema da exposição excessiva do BPI ao mercado angolano, cumprindo as regras do BCE. Assim, a venda de 2% por 28 milhões de euros faz que o BPI fique com 48,1% do BFA, cumprindo as regras de exposição excessiva..Contudo, Isabel dos Santos também é acionista do BPI, através dos 18,6% da Santoro e dos 2,28% do banco BIC e o acordo de venda do BFA foi visto como uma contrapartida para o voto favorável da Santoro à desblindagem dos estatutos do BPI (que estavam limitados a 20%), condição para a OPA do Caixabank avançar..A ATM tem aberto com várias frentes de batalha contra a OPA. O Caixabank oferece 1,134 euros por ação na OPA, que passou a obrigatória depois de desblindados os estatutos, um valor que os pequenos investidores contestaram por considerar que não reflete a eventual cedência de controlo do BFA a Isabel dos Santos..A associação pediu também ao presidente da mesa da assembleia geral do BPI que o Caixabank, a Santoro e o Banco BIC fossem impedidos de votar na reunião magna de 23 de novembro, segundo a Lusa, que teve acesso a cartas com o pedido. Uma intenção onde tem a família Violas Ferreira, que tem 2,6% do BPI e que também quer que os referidos acionistas sejam impedidos de votar, segundo avançou Tiago Violas. A ATM garante que se a venda for aprovada vai pedir ao tribunal a impugnação da decisão.