Álvaro Sobrinho controla fundo que geria DN, JN e TSF
O empresário Álvaro Sobrinho está por trás do World Opportunity Fund (WOF), fundo misterioso que assumiu controlo do Global Media Group (GMG), do qual o DN faz parte, no final de 2023 e até 2024, revela uma investigação da SIC e do Expresso.
Os consultores de comunicação Luís Bernardo e José Paulo Fafe faziam a ponte entre Sobrinho e o GMG.
Sobrinho assumiu à SIC que é um dos acionistas daquele fundo administrado por uma companhia de gestão de fortunas na Suíça, a UCAP, e registado em 2016 nas Bahamas, e explicou que os problemas de liquidez do grupo serviu de pretexto ao desafio que Bernardo e Fafe lhe colocaram para investi no GMG. O empresário angolano negou o convite, mas abriu a porta do WOF a ambos.
O negócio de venda de uma participação no GMG, que garantiu ao WOF o controlo do grupo, concretizou-se em setembro de 2023. Nessa altura, José Paulo Fafe foi nomeado pelo WOF presidente executivo (CEO) do GMG.
A gestão de Fafe ficou marcada por atrasos no pagamento de salários e pela ameaça de despedimento de 200 dos 500 trabalhadores do grupo.
A Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), que quis saber o nome dos verdadeiros rostos do WOF mas nunca obteve resposta por parte de Fafe, declarou em março do ano passado a falta de transparência do fundo e, como consequência, tomou a decisão inédita de suspender os direitos de voto e os direitos patrimoniais do fundo no Global Media Group.
Com a recompra da posição que era da WOF pelo empresário Marco Galinha este fundo -- e consequentemente Álvaro Sobrinho -- deixou de ter qualquer ligação ao Global Media Group.
O ex-banqueiro angolano Álvaro Sobrinho é suspeito de se ter apropriado indevidamente de centenas de milhões de euros entre 2007 e julho de 2014 no âmbito do processo do BES Angola.