Ronda da Madrugada celebra 20 anos com gravação de álbum ao vivo

A banda de folk rock Ronda da Madrugada celebra 20 anos de carreira com o lançamento de um álbum ao vivo, que será gravado no concerto no Festival Maré de Agosto, na sexta-feira, na ilha de Santa Maria.
Publicado a
Atualizado a

A Ronda da Madrugada, oriunda de Santa Maria, foi fundada em 1998 e, desde então, leva a fusão da música tradicional açoriana com o estilo folk rock a vários sítios do mundo.

Este ano, na comemoração de 20 anos de carreira, lançaram "Vintena", um EP comemorativo, com seis temas originais, e vão lançar um álbum ao vivo, que será gravado esta sexta-feira, durante a atuação no Festival Maré de Agosto.

A escolha para a celebração foi natural, afirma Ernesto Bica, vocalista e acordeonista da banda, que conta que o grupo sentiu a necessidade de gravar, pela primeira vez, um trabalho ao vivo, e o festival, que arranca hoje, faz parte da história da Ronda da Madrugada, quer por ter sido, por várias vezes, palco para a apresentação do seu trabalho, quer pelo facto de ter tido uma enorme influência na sonoridade do grupo.

A fusão da música tradicional açoriana com o folk rock foi "uma escolha natural" e "esteve sempre presente, não houve mudanças, a não ser nos arranjos musicais, que, ao longo do tempo, também foram evoluindo, introduzindo novos instrumentos, também, mas o género musical vem desde o início", garantiu o vocalista da banda.

"Mas isso também se deve - e tenho que dar graças a isso - à Maré de Agosto, porque nós também assistimos à Maré de Agosto já desde pequenos, digamos assim, novos, e que também nos influenciou, nos nossos gostos musicais", acrescentou.

O grupo teve "a sorte de viajar para outros países, outros locais" e foi "captando alguma sonoridade, algum gosto musical dessas terras, dessas bandas", que vai tentando introduzir na banda, afirma Ernesto Bica.

A banda formou-se a partir da vontade de Ernesto Bica de se dedicar à música popular, algo que já fazia antes de emigrar para o Canadá, em 1990, e que procurou quando regressou, em 1995.

Foi nessa altura que, juntamente com Roberto Freitas, vocalista e guitarrista da banda, foi organizando noites de convívio na Casa do Povo de Santo Espírito, onde se criou o protótipo daquilo que viria a ser a Ronda da Madrugada, que se formou oficialmente em 1998.

A Ernesto e Roberto juntam-se Carlos Sousa, na guitarra elétrica, Roberto Furtado, na bateria, e Léneo Andrade, no baixo.

Pedro Machado, que toca flautas e bandolim, veio mais tarde, para substituir o flautista Sérgio Freitas, irmão de Roberto, que emigrou para as Bermudas.

A música é "levada nas calmas" pelo grupo, que mantém outras atividades profissionais e que se dedica à banda "quando dá".

Esse é o segredo para o sucesso de um projeto que dura há 20 anos, e que está pronto para durar outros tantos: "A malta está cá até andar de andarilho no palco. O projeto é para continuar, nas calmas, como temos feito até agora, nada de stresses: quando der, deu; quando não der, não deu", afirma Ernesto.

"Nas calmas", a Ronda da Madrugada já editou três álbuns, correu as ilhas, o país e o mundo, tendo sido sempre bem recebidos, garante o vocalista.

Na sexta-feira, à 01:30, sobem, mais uma vez, ao palco do Festival Maré de Agosto, mas desta vez para celebrar a "Vintena".

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt