ONU pedem às Honduras aprofundamento de investigação à morte de ambientalista

As Nações Unidas voltaram a instar hoje as autoridades das Honduras para "a urgência de aprofundar" a investigação sobre a morte da ambientalista Berta Cáceres, assassinada há precisamente dois anos.
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O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH), que quer conhecer a verdade sobre o homicídio de Berta Cáceres e sancionar os responsáveis pelo crime, destacou "a responsabilidade" do Estado hondurenho em investigar o caso com "a devida diligência", através de uma investigação "expedita, independente e exaustiva".

A investigação deve atender "à extensão das diferentes autorias do crime e graus de participação, permitindo conhecer a verdade dos factos e a reparação das vítimas entre os povos indígenas e seus familiares".

As Nações Unidas assinalaram ainda que o Estado das Honduras deve "garantir o direito das vítimas na participação no processo, o qual implica o acesso e capacidade para atuarem em todas as etapas e instâncias das investigações e dos processos judiciais, por meio de uma acusação privada".

O ACNUDH considera que as autoridades hondurenhas possam "dar resposta num prazo razoável às solicitações apresentadas na acusação privada" e reconheceu "o incremento gradual do acesso à informação em relação às diligências na investigação".

As Honduras devem adotar "as medidas que permitam superar as debilidades institucionais e normativas que persistem no país, para que os povos indígenas possam ter um acesso efetivo à Justiça e obter uma proteção judicial dos seus direitos, incluindo a proteção dos seus territórios e recursos naturais".

As Nações Unidas expressaram ainda o apoio à família de Berta Cáceres e o seu envolvimento nos "esforços pela busca da verdade".

Na quinta-feira, as autoridades hondurenhas detiveram o presumível mandante do homicídio da ambientalista, Roberto David Castillo, que foi presidente executivo de empresa de energia elétrica que executava um projeto no oeste das Honduras, a que se opunha Berta Cáceres por causa dos danos ambientais.

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