Sébastien Loeb: "Sempre gostei de correr em Portugal"
Sete anos depois de ter disputado o rali português pela última vez, ainda no Algarve, o piloto da Alsácia mostra-se curioso com o cenário que vai encontrar na primeira vez que disputa esta prova desde a mudança para o norte do país.
"Ganhei o rali algumas vezes. Lembro-me que tem boas especiais e sempre gostei de conduzir em Portugal. [No algarve] havia zonas rápidas, outras mais técnicas. Não era demasiado duro, mas já foi há muito tempo. Agora será como um novo rali para mim", disse à Lusa o piloto da Hyundai.
Recordista de títulos mundiais, com nove (consecutivos, entre 2004 e 2012), Loeb venceu a prova portuguesa por duas vezes, em 2007 e 2009, acompanhado do seu navegador de sempre, o monegasco Daniel Elena, então aos comandos de um Citroën.
Agora na Hyundai, o piloto gaulês espera "não ter muitas dificuldades". "O primeiro dia será novo para toda a gente, pelo que isso será bom para mim. Espero estar numa boa posição no final de sexta-feira. Depois, não sei. É sempre difícil andar à descoberta das especiais, sobretudo quando os outros já as conhecem", disse.
Sexto classificado do Mundial de Ralis após seis provas disputadas, o antigo campeão do mundo, que se manteve afastado do campeonato durante quatro anos, diz que as suas expectativas não são elevadas.
"É difícil dizer o que esperar. Não tenho uma ideia de como é o percurso. Vi alguns vídeos, notei que as especiais são algo rápidas e escorregadias. Sempre gostei do rali no Algarve e não sei se será muito diferente", apontou.
Sobre os troços na região centro, que regressam ao itinerário da prova 18 anos depois, confessa o seu desconhecimento. "O único teste que fiz na zona foi a preparar o rali do Chile. Constatei que as especiais são mais estreitas do que no resto da prova".
"É sempre difícil definir objetivos, atendendo ao facto de competir com adversários que já conhecem o rali. De qualquer modo, o meu objetivo é fazer uma boa prova e estar com os outros pilotos na luta pelos primeiros lugares. De qualquer modo, tentarei fazer o melhor possível", concluiu.
Sébastien Loeb é um dos 61 pilotos inscritos nesta sétima ronda do campeonato do mundo de ralis, que se disputa entre 30 de maio e 02 de junho.
O francês Sébastien Ogier (Citroën C3) defende que o facto de ser líder do campeonato não lhe vai "facilitar a vida no rali de Portugal", pois vai ser obrigado "a abrir a estrada no primeiro dia" da prova.
Em entrevista à Agência Lusa, o detentor do cetro diz que "para somar muitos pontos" nesta sétima ronda do Mundial de ralis terá de "terminar o mais à frente possível na sexta-feira". "Portugal é um rali de que sempre gostei. Tive bons desempenhos no passado e, por isso, é bastante agradável regressar, apesar de estar consciente de que o facto de liderar o campeonato não me vai facilitar a vida este ano", referiu o piloto de Gap.
Segundo Ogier, para ter a "oportunidade de somar muitos pontos", será preciso "gerir bem o facto de ser o primeiro em pista na sexta-feira, de forma a terminar o mais à frente possível", sendo que "a gravilha será crucial para o resto da prova".
Novidade no primeiro dia são os troços na região centro, mas Ogier espera que o piso seja melhor do que o do Alto Minho. "Temos de fazer um bom trabalho de casa para conseguir andar no máximo logo desde a primeira passagem. Com a alteração que houve este ano na primeira etapa, que era anteriormente a mais dura das três, espero que os troços sejam mais rápidos e mais suaves", disse à Agência Lusa.
Seis vezes campeão do mundo, consecutivamente entre 2013 e 2018, com duas marcas diferentes (Volkswagen e Ford), Ogier fez questão de ir pesquisar na internet imagens dos míticos troços de Arganil nos anos de 80 e 90 do século passado. "Era verdadeiramente impressionante. Ainda bem que não conduzi a fundo com as pessoas a afastarem-se da pista no último instante. Estou contente por, agora, tanto os pilotos como os fãs, beneficiarmos das melhorias nas condições de segurança, que foram feitas desde então", sublinhou.
O piloto francês mantém uma ligação especial com a prova portuguesa, pois foi no Algarve que festejou a primeira vitória no Mundial de Ralis, quando a prova se disputava no Sul, onde "gostava mais do piso".
"Sempre achei que os troços deste rali eram magníficos. Quando me estreei, o rali ainda se disputava no Algarve e tenho de admitir que preferia o tipo de piso de lá, que era mais consistente. A partir de 2015, o evento mudou-se para o Porto, onde as condições são, infelizmente, muito duras nas segundas passagens", explica. Contudo, faz uma ressalva: "[A norte] o nível de entusiasmo dos adeptos nas especiais é incomparável a qualquer outro lugar e isso é bom para o desporto. Por isso, entendo as razões que levaram a mudar a prova para o norte", sublinhou o piloto da Citroën.
Ogier também não hesita quando lhe perguntam qual a especial preferida em Portugal, apontando a "Fafe". "Para além do seu estatuto icónico e das grandes multidões que se reúnem no salto, também é uma especial incrível de se conduzir. Mas, hoje em dia, já todos a sabemos de cor pelo que tende a parecer-se mais com correr num circuito do que num rali", destaca.
Para Sébastien Ogier, "ser o primeiro na estrada no primeiro dia e ter de abrir a pista" será "a principal dificuldade" que enfrenta na prova lusa, em que pode bater mais um recorde.
Com cinco triunfos (2010, 2011, 2013, 2014 e 2017), tantos quantos Markku Allen, tem a possibilidade de ultrapassar o finlandês e isolar-se como recordista de triunfos. Nada que lhe roube o sono. "É uma honra partilhar este recorde com um piloto destes, mas não encaro isso como um fator de pressão adicional. Sempre me comprometi com cada prova, tendo as maiores ambições e a tentar dar o melhor a cada rali", concluiu.