Detidos no Peru quatro empresários acusados de participar em subornos da brasileira Odebrecht

Quatro dirigentes de grandes empresas da área de construção civil do Peru associadas ao grupo brasileiro Odebrecht foram detidos hoje sob suspeita de subornar o ex-Presidente Alejandro Toledo para obter contratos governamentais.
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O juiz Richard Concepcion Carhuanco ordenou a detenção destes quatro empresários por causa do "risco de fuga e obstrução da Justiça".

Os quatro acusados de branqueamento de capitais são o ex-presidente do grupo Graña y Montero José Alejandro Graña Miró Quesada, o ex-diretor da mesma empresa Hernando Alejandro Graña Acuña o presidente do grupo JJ Camet, Fernando Gonzalo Camet, e o diretor-gerente do grupo ICCGSA, José Fernando Castillo Dibós.

Um quinto acusado, Gonzalo Ferraro Rey, ex-presidente executivo da Graña y Montero, que sofre de cancro, está no hospital e foi-lhe decretada prisão domiciliária.

De acordo com o Ministério Público peruano, estas três grandes empresas associadas à Odebrecht pagaram ao Presidente Alejandro Toledo 20 milhões de dólares (16,8 milhões de euros) para construir dois troços da estrada transoceânica que liga o Peru ao Brasil.

O ex-representante do Odebrecht no Peru Jorge Barata admitiu o pagamento do suborno num acordo de colaboração com o Ministério Público.

O escândalo de corrupção da Odebrecht estende-se a vários outros países da América Latina, como o Equador, o México, o Panamá e a Venezuela.

No ano passado, a Odebrecht concordou em pagar uma multa recorde de 3,5 mil milhões de dólares (2,9 mil milhões de euros) para as autoridades brasileiras, suíças e norte-americanas, depois de ter admitido o pagamento de um total de cerca de 788 milhões de dólares (664 milhões de euros) em suborno para altos funcionários e partidos políticos de vários países para garantir contratos

No Peru, o ex-Presidente Ollanta Humala e sua esposa estão detidos por causa deste escândalo, bem como vários ex-altos funcionários.

A ex-prefeita de Lima Susana Villaran foi proibida de sair do país, enquanto o ex-Presidente Alejandro Toledo, que mora nos Estados Unidos, tem pendente um pedido de extradição.

De acordo com o Governo peruano, o escândalo Odebrecht, que ao ser revelado motivou a paralisação de vários projetos de infraestrutura, deverá custar à economia do país entre meio ponto e um ponto percentual de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2017.

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