Tiago Farias explicou que esta decisão implica "um esforço muito grande para encontrar no mercado potenciais construtores para desenvolver" aquilo que a empresa pretende, mas realçou que, segundo a informação que tem "vindo a recolher dos construtores, pode haver um caminho".."Efetivamente, as primeiras interpretações que tínhamos é que seria difícil que o mercado fizesse produtos tão específicos como estes, mas efetivamente parece haver alguns construtores com capacidade para fazerem os elétricos à medida", afirmou o presidente da Carris, que falava na Comissão Permanente de Mobilidade da Assembleia Municipal de Lisboa..Questionada pela Lusa à margem da sessão, a empresa notou que este é um processo "complexo", dadas as especificidades dos elétricos históricos, não tendo, por isso, previsão de quando é que estes poderão vir a circular na cidade..A reunião de hoje foi dedicada a ouvir o conselho de administração da empresa sobre uma petição "para um elétrico 28 mais digno e mais fiável, servindo melhor residentes e visitantes", bem como analisar o acidente com o elétrico da carreira 25, que ocorreu em dezembro e causou dezenas de feridos ligeiros. .Tiago Farias informou que o elétrico 28 é o que tem mais procura e mais elétricos históricos alocados (16), acrescentando que a rede foi reforçada com 'minibus'..O presidente da Carris destacou também que este ano deverá ser lançado um concurso público para aquisição de mais 33 autocarros desta tipologia..O deputado do PSD e presidente da comissão, António Prôa, considerou que a Carris deveria "tentar diferenciar a oferta em termos de elétricos turísticos e não turísticos" e sugeriu o fim da venda de bilhetes a bordo, para "evitar inconvenientes"..Por seu turno, João Valente Pires, do PS, defendeu que em determinadas horas o elétrico pudesse ser utilizado apenas por titulares do passe social, de modo a beneficiar os habitantes. .Em resposta, Tiago Farias disse que as questões levantadas pelos deputados serão avaliadas "com detalhe", acrescentando que têm sido tomadas medidas para desincentivar a venda a bordo. .Relativamente ao acidente com o elétrico, o eleito do PSD Luís Newton pediu que sejam arranjados mecanismos e ferramentas para "limitar significativamente os excessos de velocidade" nas zonas onde estes incidentes tendem a acontecer..O eleito do PAN Miguel Santos defendeu que a "questão do bloqueador de velocidade é uma questão de projeto" e que "na encomenda que for feita" poderiam ser incluídos "mecanismos que não existiam nos antigos". .O presidente do conselho de administração da Carris lamentou o acidente e sublinhou que a empresa tem feito um "esforço muito grande de formação, treino e cumprimento para motoristas e guarda-freios", ressalvando que "o ecossistema é extremamente complexo, não só pelas velocidades".