Ativistas dizem que desumanização de imigrantes por Trump aumenta ódio, racismo e discriminação
"O Presidente transforma os imigrantes no 'outro', uma recordação infeliz da sua visão sobre o mundo", disse Matt Hildreth, do grupo pró-direitos dos imigrantes America's Voice, à agência Efe, ao referir-se à última polémica provocada por Trump.
Trump disse esta semana, durante uma reunião na Casa Branca, que "há pessoas que chegam ao país" que "não são pessoas, são animais".
Depois de várias críticas, na política e comunicação social, o Presidente negou que se estivesse a referir a todos os imigrantes indocumentados, mas sim os membros de grupos criminosos latino-americanos, designados 'pandilhas', como o MS-13 (Mara Salvatrucha).
Esta não é a primeira vez que Trump designa os membros destes grupos por "animais" e tem associado a imigração ilegal às alturas de maior ocorrência de criminalidade nos EUA.
Julián Sánchez, analista do centro de reflexão Cato, escreveu na rede social Twitter que Trump segue "um padrão muito feio e apelativo", ao condenar os crimes "mediante a negação da humanidade de quem os pratica".
Segundo Hildreth, o "alarmismo anti-imigrante" e a forma de desprezar o "outro" demonstrada por Trump tem consequências a nível nacional.
A sua organização elaborou, e atualizou desde junho de 2015, o 'Mapa do Ódio', que documenta os casos de ataque a minorias ou grupos marginalizados.
O 'Southern Poverty Law Center', que segue os chamados 'grupos de ódio' nos EUA, identificou o aumento no seu número, que passou de 917 em 2016 para 954 em 2017.
Dentro dos grupos supremacistas brancos, os dos neonazis cresceram 22% e os anti muçulmanos aumentaram pelo terceiro ano consecutivo.
"Isto é preocupante, porque muitas pessoas sentem-se encorajadas pelo exemplo dado pelo presidente, ao negar a humanidade dos imigrantes e de os acusar de todos os males", afirmou Hildreth.