Alunos, docentes e não docentes homenageiam tabela periódica da química com 'flashmob'

Alunos, professores e funcionários da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, cada um simbolizando um elemento químico, homenagearam hoje a Tabela Periódica com uma dança coreografada, no início de um ciclo de comemorações que incluem colóquios e um congresso.
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No Ano Internacional da Tabela Periódica, proclamado para 2019 pela ONU e pela UNESCO, a dança, em formato "flashmob", juntou precisamente 118 pessoas, simbolizando os 118 elementos químicos constantes da tabela, com camisolas de cores diferentes e cada uma com o nome de um elemento, o símbolo e o número atómico.

A tabela periódica foi idealizada há 150 anos pelo químico e físico russo Dmitri Mendeleiev, na altura reunindo 63 elementos químicos, organizados segundo a massa atómica e agrupados pelas propriedades físicas e químicas. Hoje tem 118 elementos, 92 naturais e 26 artificiais.

O Oganésson, o Nipónio, o Tenesso e o Moscóvio foram dos últimos a serem descobertos. Amélia Pilar Rauter, presidente do departamento de química e bioquímica da Faculdade de Ciências, precisou que o Moscóvio foi descoberto em 1999 mas que o nome só foi aprovado em 2006.

Hoje, no mesmo local onde a tabela periódica já tinha sido homenageada em 2011 e está assinalada no chão, pouco importou se a Oganésson ou a Nobelium dançaram bem, se o Lawrencium ou o Lutetium desafinaram. Rauter disse que os ensaios foram menos de três semanas e que a iniciativa serviu especialmente para chamar a atenção para a importância da química.

A abertura oficial do ano proclamado pela ONU foi hoje em Paris, e em Portugal aconteceram várias iniciativas como a organizada pelo departamento de Química e Bioquímica, dançando a ciência no pátio da escola, mesmo quando chovia, com música hip-hop e convenientemente coreografados.

"Isto é também ciência, ligada à música e à dança, porque a ciência também é arte, porque vivemos a criar e é essa a nossa arte", disse Amélia Pilar Rauter, segundo a qual no departamento se estimula a criatividade dos alunos.

Os elementos gostaram da iniciativa e no fim foram vários que disseram que é preciso repetir. Assim será, disse Amélia Rauter à Lusa, explicando que também serão feitas tertúlias com professores para falar de temas como "a tabela periódica e a arte" ou "a tabela periódica e o cancro".

Ana Mourato, uma das organizadoras da iniciativa de hoje, disse também à Lusa que já em fevereiro haverá um "pequeno almoço" transformado em evento mundial, que decorre segundo os fusos horários, com Portugal a debater o papel da mulher cientista. A iniciativa vai ser transmitida via internet e terá a colaboração de investigadoras portuguesas que vivem em outros países.

Ainda para assinalar o ano, acrescentou, será feito um congresso com escolas secundárias, com os alunos a trabalharem um objeto e a sua composição química, alem de debates, da edição de um livro e de uma iniciativa para encerrar o ano da tabela periódica, no final de novembro. E um novo 'flashmob', porque foi boa a interação entre os elementos, mesmo adicionando água.

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