Críticas a Netanyahu pelo silêncio quanto a declarações de Trump sobre neonazis

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, foi hoje alvo de pressões para fazer um comentário às declarações do presidente norte-americano, Donald Trump, sobre a violência racista e antissemita em Charlottesville, Virgínia.
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Netanyahu quase não se pronunciou sobre a marcha organizada por simpatizantes do movimento supremacista branco e nada disse sobre as declarações de Trump responsabilizando "os dois lados" - supremacistas e antirracistas - pela violência.

Três dias depois dos distúrbios, Netanyahu escreveu no Twitter: "Chocado com expressões de antissemitismo, neonazismo e racismo. Toda a gente devia opor-se a este tipo de ódio".

A mensagem foi escrita em inglês e não houve qualquer outra declaração, nomeadamente em hebraico, língua oficial de Israel e primeira língua de muitos israelitas.

Um número crescente de membros da oposição, comentadores e até membros da coligação no poder têm instado Netanyahu a assumir uma posição sem recear desagradar ao aliado norte-americano.

Trump disse que havia "pessoas muito más" na marcha de sábado, em que uma manifestante antirracista foi mortalmente atropelada por um simpatizante da extrema-direita, mas frisou que também havia "pessoas muito boas" em ambos os lados.

A equiparação do presidente entre movimentos de extrema-direita e movimentos de esquerda foi condenada pela generalidade dos políticos norte-americanos, incluindo destacados republicanos.

Para o vice-ministro da Defesa de Israel, Eli Ben-Dahan, Israel "não pode gaguejar nem hesitar face ao antissemitismo", mas, acrescentou, numa aparente referência a Netanyahu, "parece que alguns não querem irritar Trump".

Mas os políticos israelitas mais críticos de Trump têm sido os da oposição.

"Quando falamos de racismo, antissemitismo e nazismo não há dois lados iguais -- há o bem e há o mal, ponto final", disse Tzipi Livni, antiga ministra dos Negócios Estrangeiros, acrescentando que o silencia de Netanyahu parece justificar-se pelo medo do primeiro-ministro de irritar Trump.

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