Cidadãos Inconformados repudiam declarações de político que admite uma guerra civil na Guiné-Bissau

O porta-voz do Movimento de Cidadãos Inconformados com a crise política na Guiné-Bissau Lesmes Monteiro repudiou hoje as declarações do antigo ministro Sola Nquilin que falou na possibilidade de um conflito se as eleições legislativas forem mal organizadas.
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Em conferência de imprensa, Lesmes Monteiro instou Sola Nquilin e todos os políticos guineenses a apresentarem aos cidadãos os seus projetos de desenvolvimento em vez de falarem de etnias, religião ou proferir ameaças de violência.

Também em conferência de imprensa, na quinta-feira, em Bissau, Nquilin, que falava em nome de um grupo de partidos que contestam a forma como decorre o recenseamento eleitoral, ameaçou que vão ocupar o Palácio da Presidência caso o chefe de Estado guineense, José Mário Vaz, não demita a ministra da Administração Territorial.

Os partidos que contestam o recenseamento acusam a ministra Ester Fernandes de promover fraude eleitoral.

O ultimato proferido por Sola Nquilin, dirigente do Partido da Renovação Social (PRS), dá um prazo ao Presidente guineense até terça-feira.

Ainda na quinta-feira e numa entrevista a uma rádio de Bissau, Sola Nquilin, que é deputado, voltou a reafirmar as ameaças e foi ainda mais longe, referindo que "se as eleições foram mal conduzidas, em decorrência do recenseamento mal organizado" a Guiné-Bissau "poderá ter uma guerra".

"Não haverá guerra aqui, guerra entre quem e quem", questionou o porta-voz do movimento de cidadãos conscientes e inconformados com a crise política.

Lesmes Monteiro disse que a sua organização não vai permitir que "qualquer partido" promova um novo golpe de Estado na Guiné-Bissau.

Para acabar com "o atual quadro nebuloso", Monteiro pede ao Presidente guineense que marque a data das eleições legislativas, que estiveram previstas para 18 de novembro e foram adiadas devido a problemas no recenseamento.

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