Loteamento da Avenida Nun’Álvares no Porto possibilita torres até 25 andares
As unidades de loteamento da futura Avenida Nun'Álvares, no Porto, atualmente em consulta pública, permitem a construção de três torres de até 25 andares, com fachadas até 100 metros de altura, consultou a Lusa.
A Unidade Operativa de Planeamento e Gestão 1(UOPG1) – Nun’Álvares abrange uma área total de 26 hectares e, para a além da construção da futura Avenida Nun’Álvares - que ligará a Praça do Império à Avenida da Boavista - na União de Freguesias de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde, prevê a urbanização das áreas envolventes, que foram divididas em três subunidades (UE1, UE2 e UE3) e onde vão nascer edifícios, áreas verdes e praças.
É na primeira unidade de execução (UE1), na parte sul do terreno entre a Praça do Império e a Rua do Castro, que existe a possibilidade de serem construídas estas três torres que poderão ter até 25 pisos acima da cota da soleira, quatro pisos subterrâneos, uma altura máxima da fachada de 100 metros e uma altura máxima da edificação de 102 metros.
A UE1 está dividida em nove lotes, possui uma área total de 93.989 metros quadrados (m2), e nela poderão ser criados um máximo de 598 novos fogos. Para além de três lotes destinados às torres, há um lote que permitirá haver um edifício até sete pisos e os restantes preveem um máximo de quatro pisos até à altura máxima de fachada de 15,2 metros.
Estes detalhes foram consultados pela Lusa na proposta de definição do âmbito do Estudo de Impacte Ambiental, disponível disponível na plataforma participa.pt, relativo ao projeto de execução das operações de loteamento desta UOPG, datada de abril e que se encontra em consulta pública até 21 de julho.
Já a segunda unidade de execução (UE2), entre a Rua do Castro e a Rua do Molhe, tem cerca de 29.192m2 e prevê a implantação de 10 lotes que podem originar até um máximo de 197 novos fogos.
O lote que poderá conter edifícios mais altos nesta UE2 permite um máximo de cinco pisos acima da cota soleira e uma altura máxima da fachada de 19 metros. Há ainda seis lotes com um máximo de quatro pisos, dois lotes até três pisos e um lote com um máximo de dois pisos.
A maior das unidades de execução é a terceira (UE3), que possui uma área de 140.786m2 na zona norte do terreno, entre a rua do Molhe e a Avenida da Boavista.
A UE3 está dividida em 32 lotes e os edifícios mais altos são dois que terão um máximo de cinco pisos. Haverá ainda 10 edifícios até quatro pisos, 17 edifícios até três pisos e três edifícios com um piso, que poderão originar até 870 novos fogos.
Nas três unidades de execução estão previstos lotes que são exclusivamente habitacionais e lotes que possuem a possibilidade de diferentes usos, desde habitação a comércio e serviços.
O traçado proposto para a futura avenida define que esta terá duas faixas de rodagem e duas vias de circulação em cada sentido. Os dois sentidos de trânsito vão estar separados por uma área central ajardinado com 2,10 metros de largura, e paralelamente à faixa de rodagem haverá uma ciclovia com 1,65 metros de largura e passeios com 2,7 metros.
O traçado vai intersetar a Rua do Molhe e Rua do Castro e está previsto que sejam prolongados oito cruzamentos já existentes. Este interseta ainda as ribeiras da Ervilheira e de Nevogilde, razão pela qual um parecer da APA sugere que a travessia passe pela execução de dois viadutos com os encontros colocados fora dos leitos de cheia.
A 20 de maio o executivo da Câmara do Porto aprovou, com a abstenção da CDU, as unidades de loteamento da futura Avenida Nun’Álvares.
À data, o vereador com o pelouro do Urbanismo e Espaço Público, Pedro Baganha, explicou que a aprovação da operação urbanística culminaria com “a licença do alvará de loteamento depois de realizados os projetos de especialidades e o Estudo de Impacto Ambiental”.
Segundo Pedro Baganha, "ao longo de 2026, eventualmente antes do verão de 2026, será possível então fechar, finalmente, este longo processo urbanístico e burocrático".
Existem intenções de urbanizar esta zona desde, pelo menos, 1916 - ano em que o engenheiro Cunha Moraes publicou a “Proposta de Melhoramentos da Cidade do Porto”, que desenhava uma via entre a Praça do Império e a Avenida da Boavista.