Mais de uma dezena de corretores bancários estão sob investigação por parte de diferentes reguladores de mercados em diversos países por alegadamente terem conspirado para manipular várias taxas interbancárias. . Pelo menos 12 corretores de nove bancos trabalhavam em conjunto em pequenos grupos para alterar diferentes taxas de juros em diferentes continentes, segundo fontes citadas pelo jornal Wall Street Journal (WSJ). O nome das instituições não foi revelado pelas fontes. . A manipulação deverá ter tido lugar durante vários anos e teve as suas repercussões em diferentes pontos do globo. Agora, os bancos onde estes corretores trabalhavam estão sob pressão para explicar até que ponto tinham conhecimento da manipulação das taxas interbancárias. . A semana passada foi conhecido que quatro bancos internacionais estavam a ser investigados pelos reguladores financeiros: os franceses Crédit Agricole e Société Générale, o britânico HSBC e o alemão Deutsche Bank, segundo o Financial Times. Os reguladores investigavam as ligações entre as instituições e o antigo colaborador do Barclays, Philippe Moryoussef. . Moryoussef teve contactos regulares com colegas destes bancos, que já não se encontram a trabalhar para estas entidades: com Michael Zrihen do Crédit Agricole, Didier Sander, do HSBC e Christian Bittar, do Deutsche Bank. . O Barclays e o UBS estão a ajudar na investigação, porque empregaram corretores que eram os alegados líderes dos dois grupos que estão agora sob investigação. . Os grupos de corretores sob investigação não estão relacionados com o caso do Barclays, no qual a investigação por parte do regulador de mercado disse que os corretores pagavam a manipulação das taxas de juro com garrafas de champagne Bollinger. . O banco britânico foi condenado a pagar 450 milhões de dólares o mês passado e admitiu que alguns corretores e executivos tentaram alterar a taxa interbancária britânica, a Libor, entre outras taxas. . A manipulação de taxas pelos grupos de corretores era feita com o objectivo de aumentar os seus lucros. Alguns bancos tem sido acusados de submeter taxas mais baixas durante a crise financeira. . O escândalo que atingiu o Barclays lançou suspeitas sobre as 16 instituições que fixam a taxa e custou o cargo de CEO da instituição a Bob Diamond, após pressão públicas no Reino Unido. Nos Estados Unidos, um membro republicano da Casa dos Representantes pediu mais documentos à reserva federal norte-americana para avaliar a sua resposta "às suspeitas de manipulação de mercados" por bancos que ajudaram a fixar as taxas. . Depois do Barclays, o regulador norte-americano e britânico deverão chegar a novo acordo nos próximos meses, segundo fontes anónimas citadas pelo WSJ.