Zelensky ordena reforço da defesa de Bakhmut
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, revelou esta segunda-feira que ordenou o Exército a reforçar a defesa da cidade de Bakhmut, no leste do país, que a Rússia tenta conquistar há vários meses.
"Pedi ao chefe do Estado-Maior das Forças Armadas para encontrar as forças apropriadas para ajudá-los em Bakhmut. Não há parte da Ucrânia sobre a qual se possa dizer que pode ser abandonada", disse Zelensky na sua habitual mensagem em vídeo. "Não há trincheira ucraniana em que a resiliência e o heroísmo dos nossos soldados não sejam valiosos", acrescentou.
Zelensky reiterou que as forças ucranianas estão a defender e vão continuar a defender toda a Ucrânia. "Quando chegar a hora, vamos libertar todas as cidades e aldeias do nosso país. E faremos com que o ocupante responda por cada tiro contra a Ucrânia, por cada ato vil contra os ucranianos", prometeu.
A cidade, que antes da guerra tinha cerca de 70.000 habitantes, tornou-se um símbolo da luta entre as forças de Kiev e Moscovo pelo controlo da região industrial do Donbass, com grandes perdas sofridas por ambos os lados.
Um porta-voz do Exército ucraniano declarou, também esta segunda-feira, que o objetivo da defesa de Bakhmut, que Kiev decidiu manter apesar da situação frágil, é "esgotar o inimigo e destruir as suas armas".
Horas antes, o comandante do grupo de operações na frente de Donbass, Oleksandr Syrskyi, indicou que a situação na cidade da província de Donetsk tinha atingido "o ponto mais alto de tensão".
"Os russos não conseguem tomar Bakhmut há mais de sete meses", disse o porta-voz das Forças Armadas, Serhiy Cherevaty, à televisão pública. "As nossas tropas estão a eliminar o potencial do inimigo", para que seja mais fácil aos militares, que se estão a preparar intensamente, expulsar os inimigos da nossa terra com osnovos sistemas de armamento."
Cherevaty também afirmou que o Exército ucraniano, nas suas retiradas de Soledar, Severodonetsk e Lisichansk, infligiu "as maiores perdas possíveis ao inimigo".
E apesar de Bakhmut "não representar tanto valor" do ponto de vista operacional, as Forças Armadas "continuam a defender cada metro de terra, derrubando o moral, o pessoal e as armas dos russos".