Ucrânia ordena a retirada de 12 mil pessoas de Kharkiv perante o avanço russo

Kupiansk já esteve sob o controlo das forças de Moscovo, mas Kiev tinha reconquistado a cidade em setembro.
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A Ucrânia ordenou esta quinta-feira a retirada de cerca de 12 mil civis de 37 cidades e aldeias na região de Kharkiv, na região nordeste do país, depois de a Rússia ter reforçado os seus ataques na zona para tentar recapturar território que já controlou no início da invasão e que Kiev recuperou em setembro.

"Dada a difícil situação de segurança e o crescente número de bombardeamentos por parte das forças terroristas russas na comunidade de Kupiansk, vocês têm uma oportunidade para retirar para um local seguro", disse a administração desta cidade. "Não negligenciem a vossa segurança e a dos vossos entes queridos", acrescentaram, pedindo nomeadamente aos idosos, às crianças e aos doentes para que partam. A ideia é retirar os residentes para a cidade de Kharkiv, a 90 quilómetros, com a opção de poderem ir para regiões mais seguras.

A ordem para retirada surge após o Ministério da Defesa russo anunciar que os seus militares "melhoraram a sua posição" na frente de batalha próximo da cidade de Kupiansk, depois de terem anunciado avanços no início da semana. Moscovo concentrou as suas tropas na região, com o apoio de tanques, aviação e artilharia, segundo o porta voz da Guarda Nacional ucraniana, Ruslan Muzychuk.

"A situação continua difícil, mas sob controlo", afirmou por seu lado o porta-voz das forças na região, Sergiy Cherevaty, com outro responsável a indicar que a evacuação começou logo na quarta-feira quando foi assinada a ordem nesse sentido. Os habitantes locais podem recusar deixar a cidade, mas têm que assinar um termo de responsabilidade junto das autoridades - que não afastam a hipótese da retirada forçada das crianças se a situação piorar.

Um bombardeamento russo a um edifício civil na cidade de Zaporíjia matou pelo menos uma pessoa e causou nove feridos, revelou o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. O edifício já tinha sido atingido no dia anterior, noutro bombardeamento que causou dois mortos e sete feridos.

Na Rússia, o governador da região de Briansk, junto à fronteira com a Ucrânia, Alexandre Bogomaz, anunciou que duas pessoas morreram e outras duas ficaram feridas num bombardeamento ucraniano. "Infelizmente, outro homem morreu devido aos ferimentos sofridos no bombardeamento da aldeia de Tchaussy", indicou Bogomaz no Telegram. "Neste momento, há dois civis mortos devido às ações das Forças Armadas ucranianas", sublinhou.

Moscovo anunciou entretanto ter abatido 11 drones ucranianos que se aproximavam da península da Crimeia (que a Rússia anexou ilegalmente em 2014) e outros dois que tinham como destino a capital.

Com agências

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