Os serviços secretos da Ucrânia acusaram esta segunda-feira o Irão de ter começado a fornecer coletes à prova de bala e capacetes ao exército russo e que um grupo de "assessores" iranianos entrou na Rússia para treinar tropas..Segundo precisou a Direção Principal de Informações do Ministério de Defesa ucraniano, a Rússia não tem, neste momento, capacidade para fornecer material militar às suas tropas deslocadas em território ucraniano, pelo que pediu a ajuda do Irão..A Ucrânia referiu ter informação de que o exército russo receberá 1.500 coletes à prova de bala e igual número de capacetes fabricados pelo Irão e que atualmente se encontram armazenados num centro logístico da região de Belgorod, no oeste da Rússia e fronteiriça com a região ucraniana de Kherson..A mesma fonte ucraniana indicou que Teerão enviará um grupo de instrutores que treinarão as tropas russas na utilização de um novo modelo de mísseis também de fabrico iraniano e cujas entregas começarão "num futuro próximo"..As autoridades ucranianas intensificaram nos últimos dias as suas acusações sobre o Irão, sobretudo de alegado fornecimento de armamento à Rússia, especialmente 'drones' (veículos aéreos não-tripulados), com os quais Moscovo tem atacado as infraestruturas civis da Ucrânia..A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,7 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945)..A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas..A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra, que esta segunda-feira entrou no seu 243.º dia, 6.374 civis mortos e 9.776 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.