A China deu início, na semana passada, às escavações de um enorme buraco com mais de 11 quilómetros de profundidade. Este é o maior projeto de perfuração do país, em Taklamakan, o segundo maior deserto de dunas do mundo, localizado na região autónoma uigur de Xinjiang, no noroeste do país..YouTubeyoutubetkdNCG87Vco.O poço vai atravessar mais de dez estratos geológicos, atingindo camadas que remontam ao Período Cretáceo do planeta, entre 145 e 66 milhões de anos atrás. A duração prevista para a obra é de 457 dias, com 2.000 toneladas de equipamentos e máquinas a operar..Os responsáveis pelo projeto afirmam que o buraco tem dois objetivos: científico e económico, num momento em que a China está a conquistar passos importantes na sua consolidação como potência tecnológica e científica mundial..Segundo o geofísico Cristian Farías, diretor de obras civis e geologia da Universidade Católica de Temuco, o projeto da China "permite testar os avanços tecnológicos mais inovadores", e por isso, "pode abrir uma era de exploração muito interessante".."A perfuração do poço tem dois propósitos: pesquisa científica e descobrir gás e petróleo", disse Lyu Xiaogang, representante da Corporação Nacional de Petróleo da China (CNPC).Este projeto serve também, para reforçar as capacidades tecnológicas da PetroChina (empresa controlada pela CNPC e negociada na bolsa de valores de Hong Kong) em escavações de grande profundidade e fabricação de novas máquinas, acrescentou Xiaogang..Para além disso, a CNPC afirmou que está a explorar novos campos ultraprofundos de petróleo e gás, uma vez que o deserto de Taklamakan privilegia reservas desses combustíveis fósseis. .Contudo, esta exploração apresenta, segundo os especialistas, desafios técnicos e tecnológicos significativos devido às condições difíceis do subsolo, como a alta pressão e as temperaturas extremas. O deserto de Taklamakan atinge temperaturas extremas que chegam a -20 ºC no inverno e a quase 40 ºC no verão.."E a estabilidade deste poço também é um grande desafio", refere Cristian Farías..A operação começou dois anos após o presidente do país, Xi Jinping, exortar a comunidade científica local a avançar na exploração das profundezas da crosta terrestre.