Andrei Kartapolov, chefe do Comité de Defesa da Duma, anunciou esta quinta-feira que o membros do grupo Wagner não vão voltar a combater na Ucrânia, depois de Yevgeny Prigozhin, líder do grupo mercenário, se ter recusado a assinar contrato com o Kremlin..Kartapolov assegurou que, alguns dias antes da tentativa de rebelião, o Ministério da Defesa da Rússia anunciou que "todos os grupos que realizam missões de combate devem assinar um contrato" com o ministério, informou a agência de notícias Tass..Ainda segundo Kartapolov, Prigozhin foi informado de que "Wagner não continuaria a participar numa operação militar especial", pelo que, "não serão concedidos mais financiamentos ou recursos materiais"..Kirilo Budanov, chefe da Direção-Geral de Informações da Ucrânia, confirmou entretanto que os mercenários do grupo Wagner continuam presentes em Lugansk, no leste do país, mas não estão a participar nos combates..Segundo o responsável dos serviços secretos ucranianos, os mercenários russos estão numa base própria que existe "desde 2014", ano em que a Rússia tomou pela força as regiões do Donbass - Donetsk e Lugansk -, noticiou o diário digital Ukrainska Pravda.."Também se encontram em algumas zonas do sul da Ucrânia, mas não estão a participar nas hostilidades", acrescentou Budanov referindo-se aos combates em curso entre tropas russas e ucranianas há 16 meses, desde que a Rússia invadiu a vizinha Ucrânia, a 24 de fevereiro de 2022..Considerado o braço armado de Moscovo no estrangeiro, o grupo Wagner, liderado pelo empresário russo Yevgueni Prigozhin, protagonizou uma sublevação armada contra as autoridades russas no passado fim de semana, entre sexta-feira à noite e sábado à tarde, que abalou a Rússia..Durante menos de 24 horas, os mercenários tomaram várias instalações militares na cidade estratégica de Rostov, no sudoeste do país, e percorreram centenas de quilómetros em direção a Moscovo, antes de Prigozhin pôr fim à rebelião, em troca de imunidade prometida pelo Kremlin para ele e para os seus combatentes, obtida num acordo mediado pelo Presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko..Esta crise representou o maior desafio com que Putin, que classificou os acontecimentos como "uma traição", se viu confrontado desde que chegou ao poder, no final de 1999..Após estes acontecimentos, Moscovo optou por prescindir dos serviços do grupo Wagner na guerra de ocupação que trava na Ucrânia, mas os seus elementos continuarão contratados em África.