Navalny diz que derrota militar da Rússia na Ucrânia é "inevitável"

A "derrota militar" de Moscovo na Ucrânia "pode ser adiada à custa da vida" de milhares de soldados russos, mas "é inevitável", considerou o opositor do governo russo, Alexei Navalny.
Publicado a
Atualizado a

O opositor russo Alexei Navalny afirmou esta segunda-feira que a derrota militar de Moscovo na Ucrânia é "inevitável", mesmo que o Kremlin envie mais tropas para o território ucraniano.

"As vidas de dezenas de milhares de soldados russos foram arruinadas sem sentido", disse Navalny, em comunicado divulgado na semana em que se assinala o primeiro ano da ofensiva russa na Ucrânia.

"A derrota militar final pode ser adiada à custa da vida de centenas de milhares de reservistas adicionais, mas, no geral, é inevitável", defendeu Navalny, que se encontra detido.

Afirmando-se como um cidadão russo que deseja o melhor para o seu país, Navalny condenou a agressão "injusta" do presidente Vladimir Putin à Ucrânia.

"Quase não há voluntários para esta guerra", referiu Navalny no comunicado, divulgado nas redes sociais. "O exército de Putin depende de prisioneiros e mobilizados à força".

Para Navalny, o presidente russo quer ficar na história como um "rei conquistador" e um "colecionador de terras".

Fazendo referência a "dezenas de milhares de ucranianos inocentes mortos", o opositor russo lamentou "a dor e o sofrimento" de milhões, os "crimes de guerra" e as "cidades e infraestruturas da Ucrânia" que foram destruídas.

Criticou "os apelos mentirosos e hipócritas do Kremlin à negociação e ao cessar-fogo" e defendeu que a Rússia deve assumir as fronteiras da Ucrânia, reconhecidas internacionalmente em 1991.

"A Rússia deve deixar a Ucrânia em paz e permitir que o desenvolvimento do país seja feito da forma que o seu povo quiser. Acabem com a agressão, acabem com a guerra, e retirem todas as tropas russas da Ucrânia", apelou.

De acordo com o opositor do governo russo, Moscovo deve procurar, juntamente com os EUA, a UE e o Reino Unido, "formas aceitáveis de compensar os danos infligidos à Ucrânia"

No comunicado divulgado no dia em que o presidente dos EUA, Joe Biden, visitou Kiev, Navalny defendeu o fim do regime de Putin, "idealmente, através da realização de eleições gerais livres", para que depois a Rússia, mantendo a sua "história e tradições", faça "parte da Europa", seguindo "o caminho europeu do desenvolvimento".

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt