Stoltenberg: "Precisamos de ainda mais meios de defesa aérea na Ucrânia"

Jens Stoltenberg critica cumplicidade de Lukashenko com a guerra na Ucrânia e pede para Bielorrússia deixar de ser base de ataque.
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O secretário-geral da Nato, Jens Stoltenberg apelou, esta quarta-feira, aos membros da Aliança Atlântica para reforçarem "ainda mais" as defesas aéreas da Ucrânia, depois dos "ataques indiscriminados" da Rússia a várias cidades ucranianas.

A falar em Bruxelas, na sede da NATO, Jens Stoltenberg considera que a situação "é grave" e condena a opção de Moscovo por estar a atacar "alvos civis", incluindo a infraestruturas críticas, com é o caso da produção elétrica.

"Os horríveis e indiscriminados ataques contra cidades ucranianas, [com] civis mortos, infraestruturas críticas civis destruídas, e ataques contra infraestruturas energéticas é grave, principalmente quando nos aproximamos do Inverno", criticou Jens Stoltenberg, considerando que "tudo isto demonstra a necessidade urgente de mais defesa aérea para a Ucrânia".

"Os aliados têm fornecido defesa aérea, mas precisamos ainda de mais", alertou o secretário-geral da NATO, especificando que "são precisos diferentes tipos de defesa aérea, sistemas de defesa aérea de curto alcance [e] de longo alcance para atingir mísseis balísticos, mísseis de cruzeiro, drones".

"Sistemas diferentes para diferentes finalidades", são as necessidades imediatas para fazer frente aos ataques de Moscovo. O secretário-geral da NATO espera que a ajuda chegue em número adequado à dimensão do país.

"A Ucrânia é um grande país, [com] muitas cidades [e] por isso, precisamos de escalar para poder ajudar a Ucrânia a defender ainda mais cidades e mais território contra os horríveis ataques russos contra as suas populações civis", frisou Stoltenberg.

Questionado sobre a atuação da Bielorrússia e o acordo sobre a cooperação com a Rússia em matéria de militar, Stoltenberg deixa um recado ao aliado europeu de Vladimir Putin.

"Espero que o regime de Lukashenko tenha deixado de ser cúmplice desta guerra", considerou. "Vimos como a Bielorrússia tem sido utilizada como palco para o lançamento de mísseis, [para] ataques aéreos contra a Ucrânia e o presidente [Lukashenko] deveria deixar de ajudar a apoiar os esforços de guerra russos", apelou o secretário-geral da NATO, a falar à entrada para a reunião dos ministros da defesa da Aliança Atlântica.

Na véspera do encontro, Stoltenberg classificou os múltiplos ataques da Rússia contra a Ucrânia como "um sinal de fraqueza", uma vez que os militares do Kremlin "não são capazes de progredir no campo de batalha".

"A Rússia está de facto a perder no campo de batalha. Estão a desistir de território porque não têm capacidade para impedir as forças ucranianas de avançar", comentou, defendendo o apoio à Ucrânia "durante o tempo que for necessário".

"O Presidente Putin iniciou esta guerra [e] ele tem de acabar com ela", reiterou Jens Stoltenberg. Já sobre as recentes ameaças de Vladmir Putin a propósito de uma guerra nuclear, afirma que a NATO está vigilante e deixa um aviso, perante o discurso vindo do Kremlin

"As ameaças nucleares veladas pelo presidente Putin são perigosas e irresponsáveis. A Rússia sabe que uma guerra nuclear não pode ser ganha e nunca deve ser combatida", vincou. "Estamos a acompanhar de perto as forças nucleares russas", revelou, garantindo que a Nato "não tem visto quaisquer mudanças na postura da Rússia, mas mantemo-nos vigilantes".

Esta quarta e quinta-feira, os ministros da defesa da NATO vão discutir formas de coordenação entre os aliados para a proteção de infraestruturas críticas. Espera-se que que do encontro saia um compromisso reforça para manter a ajuda à Ucrânia, "pelo tempo que for necessário".

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