O diretor da CIA disse este domingo estar convencido de que a China considera fornecer armas à Rússia na sua ofensiva na Ucrânia, mas não tem indicação de que uma decisão tenha sido tomada ou que material tenha sido entregue.."Estamos convencidos de que a liderança chinesa está a considerar fornecer material letal" para a Rússia, disse William Burns em entrevista à CBS..Mas acrescentou que ignora que uma decisão final tenha sido tomada nem tem provas de entrega de armas à Rússia..Os Estados Unidos acusam a China há uma semana de considerar fornecer armas à Rússia para apoiar sua ofensiva na Ucrânia, o que Pequim nega..Segundo informações da imprensa, inclusive do Wall Street Journal, seriam 'drones' e munições em particular..O chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, expressou isso diretamente ao mais graduado diplomata chinês, Wang Yi, durante uma tensa reunião no último sábado em Munique, à margem de uma conferência sobre segurança..Washington acredita que a China já está a fornecer material não letal para a Rússia através de empresas chinesas..Por sua vez, o conselheiro de Segurança Nacional, Jake Sullivan, garantiu hoje à CNN que os Estados Unidos permanecem vigilantes a esse respeito e reafirmou o aviso de Washington a Pequim sobre as consequências de um fornecimento de armas a Moscovo.."Continuaremos a enviar uma mensagem firme de que enviar ajuda militar à Rússia neste momento seria um grande erro e a China não deveria fazê-lo", disse ele..Segundo Sullivan, a guerra na Ucrânia representa "sérias complicações" para os chineses, mas se Pequim decidir fornecer armas a Moscovo, isso geraria "custos reais"..A China apelou na sexta-feira, dia do primeiro aniversário da invasão russa da Ucrânia, a um cessar-fogo e defendeu que o diálogo é a única forma de alcançar uma solução viável para o conflito, numa proposta com 12 pontos..O plano, divulgado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, também pediu o fim das sanções ocidentais impostas à Rússia, medidas para garantir a segurança das instalações nucleares, o estabelecimento de corredores humanitários para a retirada de civis e ações para garantir a exportação de grãos, depois de interrupções no fornecimento terem causado o aumento dos preços a nível mundial..O plano foi desvalorizado pela generalidade dos países ocidentais, apontando a proximidade entre a China e o Kremlin, mas o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, admitiu encontrar-se com o homólogo chinês, Xi Jinping, lembrando que a China "respeita a integridade territorial" dos países e deve "fazer os possíveis para retirar a Rússia" da Ucrânia..Em entrevista à Lusa, na sexta-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros defendeu que a China está numa situação de equilibrismo em relação ao conflito na Ucrânia e que, se fornecer armamento à Rússia, Portugal e a União Europeia terão de rever as relações com Pequim..Ao longo do último ano, a China evitou condenar a Rússia pela sua campanha militar na Ucrânia e acusou a NATO e os Estados Unidos de estarem a fomentar este conflito e "não terem em consideração as legítimas preocupações de segurança" de Moscovo.