Líder checheno critica "resposta fraca" russa aos ataques ucranianos

Ramzan Kadyrov diz estar descontente com a guerra e apelou para uma resposta enérgica, dizendo que não há necessidade de temer a reação do Ocidente.
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O líder da Chechénia, Ramzan Kadyrov, criticou esta terça-feira a "resposta fraca" da Rússia aos ataques ucranianos em território russo, referindo-se às regiões da Ucrânia anexadas ilegalmente por Moscovo.

"Estamos a responder de uma forma fraca", escreveu Kadyrov na rede social Telegram, citado pela agência espanhola EFE.

Segundo o líder checheno, recentemente promovido a coronel-general, "antes falava-se de uma operação militar especial em território ucraniano", mas agora a "guerra está a ser travada" em solo russo.

"Estou muito descontente com isso", afirmou.

Kadyrov disse que as forças ucranianas não pararam de atacar mesmo depois de a lei marcial ter sido declarada nas quatro regiões anexadas pela Rússia no final de setembro, referindo-se a Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia.

O líder checheno apelou para uma resposta enérgica e disse que não havia necessidade de temer a reação do Ocidente, porque tudo o que de mau poderia acontecer "já aconteceu".

"Não pode ficar pior", acrescentou.

Na sequência da invasão da Ucrânia, em 24 de fevereiro deste ano, a Rússia anexou Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia em 30 de setembro, após referendos realizados em tempo de guerra.

A Ucrânia e a generalidade da comunidade internacional não reconheceram a decisão de Moscovo, que já tinha anexado anteriormente a península ucraniana da Crimeia, em 2014.

As forças armadas ucranianas têm em curso uma contraofensiva para reconquistar território sob controlo russo, incluindo nas regiões anexadas.

A contraofensiva foi possível com a entrega de armamento à Ucrânia por parte dos seus aliados ocidentais.

O Ministério da Defesa ucraniano anunciou, na segunda-feira, que as suas forças já tinham reconquistado 90 localidades da região de Kherson, abrangendo "mais de 12.000 pessoas".

Face ao avanço das tropas ucranianas, as autoridades pró-russas de Kherson disseram, na semana passada, que pretendiam retirar 50.000 a 60.000 habitantes da cidade portuária do sul da Ucrânia "por motivos de segurança".

As informações sobre o curso da guerra divulgadas pelas duas partes não podem ser verificadas de forma independente.

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