O ministro da Defesa italiano, Guido Crosetto, anunciou esta quinta-feira que o seu país apenas enviará armas defensivas para proteger a Ucrânia da agressão russa, de forma a travar uma escalada no conflito.."Devemos ter a coragem de tomar decisões difíceis para evitar situações piores. Os primeiros a querer evitar uma escalada são os países europeus e os da NATO. Todos esperamos a possibilidade de conseguir negociações de paz", disse o ministro, durante uma entrevista televisiva..Crosetto aproveitou a entrevista para negar as informações publicadas pelo jornal Il Corriere della Sera que davam conta de um alegado envio de 'drones' de última geração para a Ucrânia, que não estaria incluído nos decretos aprovados pelo Governo.."Nego. Se fosse verdade, seria crime, porque o Ministério da Defesa e o Estado não sabem. Alguém teria de ir para a cadeia", explicou o responsável pela pasta da defesa, um dia depois de ter anunciado que a Itália vai colaborar com a França para fornecer à Ucrânia mísseis antiaéreos Samp/T..Para o ministro italiano, o novo envio de armas e materiais para a Ucrânia - o sexto e que foi recentemente aprovado pelo Parlamento - é "inexpugnável mesmo do ponto de vista pacifista".."A ajuda à Ucrânia, mesmo que militar, é o que afasta a possibilidade de uma escalada dramática de um conflito que se mantém entre duas nações", acrescentou Crosetto.."Os italianos continuam amigos dos russos, espero que as relações entre os povos continuem a ser baseadas no respeito e na amizade", concluiu o ministro..A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e quase oito milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945)..A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.