O Governo do Irão acusou esta quarta-feira Israel da morte de dois guardas revolucionários num ataque com mísseis ocorrido nos arredores da cidade de Damasco, capital da Síria, e ameaçou que estes "assassínios" não ficarão impunes.."As operações de assassínio do regime sionista não poderão ficar impunes", afirmou em comunicado o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Irão, Said Khatibzadeh, citado pela agência Efe..De acordo com o porta-voz estes ataques de Israel foram responsáveis pela morte de dois elementos da Guarda Revolucionária, força de elite das forças armadas iranianas.."Responder a este tipo de crimes contra a humanidade é um dos objetivos da resistência na região", sublinhou Said Khatibzadeh..O ataque da aviação israelita nos arredores de Damasco ocorreu na madrugada de segunda-feira..O Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) referiu, em comunicado, que a ação teve como objetivo atingir posições e armazéns de armamento pertencentes às milícias apoiadas pelo Irão e que lutam ao lado do presidente sírio, Bashar al-Assad, na guerra da Síria..Segundo o OSDH, este é o sétimo ataque da aviação israelita em território sírio desde o início deste ano..Israel encara o Irão como uma ameaça e ataca de maneira intermitente posições de milícias iranianas ou aliadas na Síria..O Irão lidera o chamado Eixo de Resistência contra o Estado de Israel, que integra o movimento radical palestiniano Hamas (que controla a Faixa de Gaza), o grupo xiita libanês Hezbollah e o regime da Síria..Em conjunto com a Rússia, Teerão tem fornecido apoio financeiro e militar a Assad, no conflito que surgiu na Síria em 2011. O Irão alega que enviou forças para a Síria a convite de Damasco e apenas para missões consultivas..Desde o início da guerra em território sírio, há 11 anos, Israel fez centenas de ataques aéreos no país vizinho, que raramente comenta..Desencadeada em 2011 pela repressão às manifestações pró-democracia, a guerra na Síria tornou-se mais complexa ao longo dos anos com o envolvimento de potências regionais e internacionais e a ascensão de 'jihadistas'..O conflito já matou cerca de 500 mil pessoas, devastou as infraestruturas do país e causou milhões de deslocados e de refugiados.