Os Estados Unidos pediram à Ucrânia para manter a disponibilidade para negociações com a Rússia, num momento em que a guerra parece intensificar-se no terreno. Segundo o jornal The Washington Post deste domingo, a administração Biden aconselhou o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, a não recusar uma hipotética negociação de paz com Vladimir Putin..O jornal citou fontes não identificadas dizendo que o pedido das autoridades norte-americanas não visa empurrar a Ucrânia para a mesa de negociações no imediato, mas é uma tentativa calculada de garantir que Kiev mantenha o apoio de outros países, numa altura em que, segundo as fontes ouvidas pelo jornal, a posição de Zelensky está a afetar países da Europa, África e América Latina, onde as consequências da crise global de alimentos e energia pesam cada vez mais.."A fadiga da Ucrânia é uma sentimento real para alguns dos nossos aliados", disse uma autoridade norte-americana não identificada..Zelenskiy assinou um decreto em 4 de outubro passado declarando formalmente como impossível qualquer negociação ucraniana com Putin, mas deixando a porta aberta para conversas com uma Rússia sob outra liderança..Em entrevista recente ao jornal espanhol El País, o presidente ucraniano reconheceu noe entanto que se Putin deixar a península da Crimeia, que a Rússia ocupa desde 2014, e as outras regiões ucranianas agora ocupadas por soldados russos, estaria disposto a sentar-se com o presidente russo.."Estamos prontos para a paz, uma paz justa", disse Zelensky num discurso na última sexta-feira, mas esclarecendo que isso deve ser alcançado no âmbito da ONU e da integridade territorial de seu país. O líder ucraniano também exigiu que os responsáveis pela invasão sejam punidos e que a Rússia indemnize a Ucrânia por todos os danos causados. Pouco antes de proferir essas palavras, Zelensky recebeu Jake Sullivan, Conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca..O Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca não reagiu às informações publicadas neste domingo, segundo a agência Reuters. Um porta-voz do Departamento de Estado respondeu: "Já dissemos antes e vamos dizê-lo de novo: as ações falam mais alto do que as palavras. Se a Rússia estiver disposta a negociar, deve parar as suas bombas e mísseis e retirar as suas forças da Ucrânia".