"Escrava sexual" na prisão. Denúncia de ex-guarda prisional choca Israel

Primeiro-ministro israelita promete investigação ao caso de uma ex-guarda de uma prisão de alta segurança que terá sido forçada por superiores a ter sexo com um detido palestiniano
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O primeiro-ministro de Israel prometeu este domingo (31) uma investigação sobre as alegações de uma ex-guarda de uma prisão de segurança máxima de que foi repetidamente violada por um detido palestiniano depois de ser forçada a trabalhar como "escrava sexual" pelos seus superiores.

Este é mais um a juntar-se a outros relatos de que guardas foram abusadas por presos na prisão de Gilboa, os quais circulam nos media israelitas há vários anos.

A gestão da prisão passou por um novo escrutínio em setembro do ano passado, quando seis prisioneiros palestinianos fugiram de Gilboa por um túnel através do sistema de drenagem, numa fuga que ganhou as manchetes globais.

Já no ano passado tinha havido uma série de revelações sobre o que alguns meios de comunicação israelitas chamam de "os proxenetas de Gilboa", uma referência a relatos generalizados de que supervisores do sexo masculino forçaram guardas do sexo feminino a situações que as deixaram vulneráveis ​​​​a ataques sexuais de presos.

Na semana passada, uma mulher que se identificou como ex-guarda de Gilboa, e que permaneceu sob anonimato, publicou um depoimento online no qual denunciava ter sido repetidamente violada por um prisioneiro palestiniano.

A ex-guarda disse ter sido "entregue" ao prisioneiro pelos seus superiores, tendo-se tornado a sua "escrava sexual privada". "Eu não queria ser violada, uma e outra vez", apontou.

O advogado da mulher, Keren Barak, posteriormente confirmou o testemunho anónimo no Canal 12 de Israel, no fim de semana, dizendo que a sua cliente precisava de apoio de saúde mental após o calvário passado em Gilboa.

Reagindo aos acontecimentos, o primeiro-ministro israelita Yair Lapid disse este domingo: "Não pode ser tolerado que um soldado seja violado por um terrorista durante o seu serviço".
"Deve - e será - investigado. Vamos garantir que a soldado receba assistência", disse Lapid.

Numa outra declaração, também neste domingo, o ministro da Segurança Interna, Omer Barlev, disse que o "caso que aconteceu há alguns anos na prisão de Gilboa" "abalou o público israelita". "Eu li os testemunhos que são publicados e estou simplesmente chocado", disse Barlev.

O primeiro-ministro disse que o caso está sob investigação judicial e obrigado a sigilo, mas sublinhou que está em conversações com a comissária do Serviço Prisional de Israel (IPS) Katy Perry, "para garantir que tal incidente nunca aconteça novamente".

A prisão de Gilboa, no norte do país, é onde Israel mantém detidos vários palestinianos condenados por envolvimento em ataques contra israelitas.

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