Deputado britânico acusa Governo de encobrir "ato de guerra" russo

Documentos secretos do Pentágono difundidos nas últimas semanas na sequência de uma fuga revelaram que um caça russo disparou sobre um avião britânico sobre o Mar Negro em 29 de setembro, e que o aparelho britânico esteve "perto de ser abatido".
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O deputado conservador britânico Tobias Ellwood, presidente da comissão parlamentar sobre Defesa, acusou esta terça-feira o Governo de ter encoberto e minimizado a seriedade de um possível "ato de guerra" russo contra um avião britânico em setembro.

Documentos secretos do Pentágono (Departamento de Defesa norte-americano) difundidos nas últimas semanas na sequência de uma fuga revelaram que um caça russo disparou sobre um avião britânico sobre o Mar Negro em 29 de setembro, e que o aparelho britânico esteve "perto de ser abatido".

Os documentos em questão indicaram que o piloto russo interpretou mal a informação de um operador de radar como luz verde para disparar, e que o míssil falhou o alvo devido a um problema técnico.

Um mês após o incidente, o Ministro da Defesa britânico, Ben Wallace, disse no parlamento que um avião russo "lançou um míssil nas proximidades" de um avião britânico e descreveu o episódio como uma interação "potencialmente perigosa".

Numa pergunta urgente hoje na Câmara dos Comuns (câmara baixa do parlamento britânico), Ellwood argumentou que o incidente era mais grave do que o ministro admitiu, e descreveu-o como um possível "ato de guerra", cujos pormenores "deveriam ser publicados e não escondidos em relatórios dos serviços secretos".

O deputado conservador, que foi militar antes de entrar na política, questionou o Governo sobre se "um SU-27 (caça) russo tentou deliberadamente disparar um míssil contra um (avião) Rivet Joint da Força Aérea britânica sobre o Mar Negro em setembro passado".

Na ausência de Ben Wallace, que se encontra nos Estados Unidos, o secretário de Estado da Defesa, James Heappey, respondeu que o executivo não podia comentar os relatórios secretos veiculados nas redes sociais e nos meios de comunicação social.

"O facto de estes documentos aparentemente divulgados serem do domínio público não altera a sua classificação e, consequentemente, não altera a medida e a forma em que qualquer ministro e funcionário podem comentá-los", explicou Heappey.

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