Arganazes, a iguaria ilegal dos mafiosos calabreses
A polícia encontrou várias espécies do animal em jaulas durante uma rusga de droga em Delianuova, uma cidade nas colinas do sul de Itália, juntamente com mais de 200 arganazes congelados embalados para venda e consumo, informa o La Repubblica.
A 'Ndrangheta serve aquela espécie de roedores, protegida por lei, durante banquetes de reconciliação realizados para trazer a paz entre famílias em guerra, segundo a organização de proteção da vida selvagem LIPU.
A caça furtiva é generalizada nas montanhas Aspromonte na Calábria, com os caçadores a montarem milhares de armadilhas na floresta e a venderem os arganazes capturados ilegalmente a mafiosos e restaurantes, disse a LIPU.
O diário de Roma conta que a iguaria também era traficada para o interior das prisões, ao citar o arrependido Andrea Mantella que, em 1999, tinha de comer o pequeno roedor "para não fazer má figura" junto dos superiores mafiosos.
A 'Ndrangheta, sediada na região que forma a ponta da bota italiana, ultrapassou a mais famosa Cosa Nostra da Sicília para se tornar o grupo mafioso mais poderoso de Itália e opera em todo o mundo.
Segundo a BBC, os arganazes eram comidos na Roma antiga: depois de engordados, eram eviscerados, esfolados e recheados com carne de porco picada, pinhões moídos e alho e por fim cozidos.