Garcia Garcia transforma desafios em mais faturação

Construtora de Santo Tirso já recuperou da pandemia e prevê um forte crescimento da atividade em 2022. Carteira está robusta e diversificada.
Publicado a
Atualizado a

A Garcia e Garcia prevê registar este ano uma faturação superior a 90 milhões de euros, o que traduzirá um incremento da ordem dos 20% face a 2021, revelou Carlos Garcia, administrador da construtora que no início deste ano regressou a Santo Tirso, cidade onde no final do século XIX deu os primeiros passos neste negócio. As dificuldades que o setor enfrenta atualmente não vão travar o crescimento projetado. Como frisa o gestor, a escassez de mão-de-obra e de materiais está a obrigar "a uma gestão muito rigorosa, com um supply chain proativo, que procura satisfazer todas as necessidades da obra logo no seu arranque".

Segundo Carlos Garcia, há equipamentos mecânicos e elétricos com prazos de entrega superior a seis meses que, "se não forem encomendados logo no início, o mais provável é provocarem sérios constrangimentos à obra". Com este racional, a construtora tem conseguido contornar um problema que ainda não tem fim à vista. Já os preços dos materiais que, desde meados do ano passado, não param de subir e a escassez de mão-de-obra são questões de solução mais difícil.

Como aponta, os "recordes de preços são batidos diariamente e se tivermos em consideração que a Garcia Garcia apenas opera no mercado privado, e que neste domínio a tendência é para preços globais não revisíveis, se o dono de obra não estiver sensibilizado para esta problemática, o acréscimo de custos tem de ser assumido". No que toca à falta de trabalhadores, o gestor reafirma o que se tem ouvido do setor: há "dificuldade em encontrar mão-de-obra em todas as áreas/especialidades da construção civil", seja ou não qualificada.

Ainda assim, a Garcia Garcia tem neste momento "uma carteira robusta e diversificada", com projetos em áreas como a logística, indústria, residencial e hotelaria. O novo Centro Logístico da Garland, cliente já fidelizado da construtora, em Vila Nova de Gaia, e a nova unidade industrial da Lingote, em Fafe, são as de maior envergadura. Já no ano passado, a empresa de capital 100% familiar teve na área industrial as suas principais intervenções, com a execução do Centro de I&D da Fairjourney Biologics e da fábrica da Borgwarner.

Aliás, foi em 2021 que a construtora virou a página da pandemia, que trouxe "uma travagem em alguns investimentos que estavam em marcha, com clientes a repensar estratégias e timings, o que impactou diretamente no volume de negócios". Nesse ano, conseguiu recuperar a atividade, passando de uma faturação de 59,5 milhões, em 2020, para os 75,5 milhões, em 2021. Mais de metade dos projetos foram no setor industrial e logístico, com o residencial e hotelaria a pesar 30% e o retalho 10%. Os clientes internacionais contribuíram com mais de 50% para a faturação.

Voltar à origem

No começo deste ano, a Garcia Garcia deixou Guimarães e voltou a instalar a sede da empresa em Santo Tirso. Como explica Carlos Garcia, a empresa andava à procura de um novo espaço para os escritórios, com maior capacidade instalada e com melhores condições de trabalho, e este concelho encabeçava a lista de preferências. "As raízes da família Garcia estão na Vila das Aves, freguesia do concelho" de Santo Tirso e "surgiu a hipótese de investir nas antigas instalações da Arco Têxtil e no seu emblemático edifício de escritórios, construído pela Garcia há umas décadas". A empresa agarrou a oportunidade e reabilitou o espaço de forma a acolher com mais conforto e condições os 225 colaboradores.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt