O empresário Filipe de Botton afirmou-se hoje contra a redução da Taxa Social Única (TSU) para as empresas, defendendo que "não faz qualquer sentido" e revela uma "insensibilidade social perfeitamente inaceitável". . "Nós não somos, minimamente, a favor desta medida de redução de 5,75% da TSU [para as empresas] porque não faz qualquer sentido neste momento em Portugal", sublinhou o presidente executivo da Logoplaste, que falava à margem da conferência "Competitividade e Crescimento de Portugal no Contexto Mundial", promovida pela A.T.Kearney Portugal, e que decorre em Lisboa. . O empresário considera que a medida demonstra "uma insensibilidade social que é perfeitamente inaceitável" e defende que a poupança resultante da redução da TSU não terá qualquer impacto no emprego. . "Isso faz-se com outras medidas, como a inovação, o investimento e a expansão da empresa", disse. . Além disso, Botton argumenta que a redução da TSU para as empresas e o consequente aumento das contribuições para Segurança Social por parte dos trabalhadores têm "um impacto direto em termos de consumo", não sendo por isso, "minimamente, uma medida adequada aos tempos" atuais. . Filipe de Botton elogiou a atitude da CIP-Confederação Empresarial de Portugal e da UGT, que também manifestaram oposição à medida, considerando-a "extremamente exemplar". . O empresário mostrou-se convicto de que o Governo vai "reavaliar e repensar" a situação relativamente à TSU e afastou qualquer risco de crise política em Portugal. . "Penso que não há minimamente uma situação de colapso político", sustentou, considerando que a questão tem vindo a ser empolada pelos media. . O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, anunciou a 7 de setembro a subida da contribuição paga pelos trabalhadores à Segurança Social de 11% para 18% (um aumento de sete pontos percentuais). Em contrapartida, a Taxa Social Única (TSU) paga pelas empresas por cada trabalhador desce de 23,75% para 18% (menos 5,75%).