Faturação das agências de comunicação cresce 27% para 110,6 milhões

Apecom analisou dados económico-financeiros do setor. Empresas têm um perfil adulto e empregam mais mulheres (mas há mais homens nos cargos de liderança).
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O volume de negócios das agências de comunicação e de relações públicas cresceu 27%, para 110,6 milhões de euros em 2021, revela o estudo "O Valor da Comunicação", divulgado na quinta-feira pela Associação Portuguesa​​​​ das Empresas de Conselho em Comunicação e Relações Públicas (Apecom).

Numa análise ao exercício de 121 empresas ativas em 2021, com base nos dados mais recentes da Informa DB, a Apecom concluiu que o setor da comunicação "cresceu em todos os indicadores", de forma agregada e global. O EBITDA do setor cresceu 75%, para 14 milhões de euros; o resultado líquido disparou 162%, para 9,1 milhões de euros; e o número de trabalhadores no setor subiu 7,9%, para 1.227 pessoas.

Entre estes indicadores, destaca-se também uma margem EBITDA de 7,7%, o que representa uma diminuição face a 2020. "Eventualmente uma maior incidência de atividades envolvendo mais subcontratação, podem contribuir para explicar este resultado", refere a Apecom.

O valor acrescentado bruto (VAB) do setor ascende a 50,4 milhões de euros. No setor, 14% das empresas tem uma faturação entre os dois e os dez milhões de euros, sendo que 20% têm um perfil familiar. Aliás, as empresas de pequena dimensão representam "55% do volume de negócios do setor".

Considerando que 66 das 121 empresas vende serviços para fora de Portugal, o setor regista 15 milhões de euros em exportações, em 2021, o que corresponde a um crescimento homólogo de 35% na venda de serviços para o exterior. O nível das exportações deste setor está acima da generalidade do tecido empresarial (17%), segundo a associação setorial.

Segundo a Apecom, os dados da Informa DB "mostram que 75% das empresas de Comunicação e Relações Públicas viu o seu negócio crescer, sendo a média de crescimento deste indicador 26,8% superando de forma evidente a média do tecido empresarial".

Para Domingas Carvalhosa, presidente da Apecom, 2021 foi um "bom ano" após uma "dura pandemia".

O ano de 2021 evidencia um "crescimento acentuado dos indicadores económico-financeiros analisados" e salienta a "forte recuperação da rentabilidade das empresas do setor", ilustrando um setor "robusto, sólido e com os níveis de confiança a aproximarem-se daqueles encontrados antes da pandemia".

Domingas Carvalhosa acredita que "o mercado continuará a reconhecer valor ao setor".

Além dos dados financeiros, o estudo indica que dois terços das empresas de comunicação e relações públicas têm entre seis a 19 anos de idade, o que permite à Apecom afirmar que se trata de "um setor adulto". A média de anos de atividade das empresas nesta área ascende aos 14,8 anos - "aproximadamente mais um ano que o benckmark do tecido empresarial".

Quanto ao emprego, dos 1.227 trabalhadores, 68% são do sexo feminino. No entanto, os cargos de liderança (62%) e gestão (59%) continuam a ser ocupados, maioritariamente, por homens. "Ainda assim, este split é mais equilibrado do que o verificado no tecido empresarial, com uma proporção de cerca de 40% mulheres para 60% de homens", lê-se na análise.

As remunerações do pessoal da área totalizavam 24,9 milhões de euros, em 2021, sendo que as empresas registavam encargos sobre as remunerações na ordem dos 5,9 milhões de euros. Os impostos sobre os rendimentos no setor ascendiam a 2,7 milhões de euros.

As remunerações no setor representavam, no final de 2021, cerca de 23% do volume de negócios das empresas, "inferindo-se, daqui, uma remuneração média anual de cerca de 20 milhões de euros/ano", segundo o estudo.

Considerando que 20% das entidades tem perfil familiar, a Apecom apurou que 71% das empresas tem até nove empregados apenas. Ora, o número médio de empregados das empresas de comunicações e relações públicas é de 10,1 pessoas (a média na generalidade do setor empresarial é de 7,9 trabalhadores). Aliás, as pequenas empresas são responsáveis por "46% do número de trabalhadores, refletindo uma expectável concentração do mercado nos players de maior dimensão".

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