DPOC: um fenómeno agravado pelo tabagismo e poluição

Inverno faz aumentar os internamentos de pessoas com Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica e para evitar idas desnecessárias às urgências é importante reforçar o sistema imunitário.
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É a terceira causa de morte no mundo e a quinta em Portugal. Na última década, o diagnóstico aumentou cerca de 160% e, por causa dela, em 2022 foram internadas mais 900 pessoas do que em 2021. A doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC) provoca falta de ar grave e limitação de tarefas simples do dia a dia e os portugueses têm especial risco de a desenvolver.

O motivo é a elevada carga tabágica da população, como o principal fator de risco, ao qual se junta a poluição atmosférica. Este segundo coloca todos em perigo, mas em especial as crianças, cujo crescimento pulmonar pode ser afetado, acelerando assim o declínio da função pulmonar na idade adulta. Entre os sintomas mais sonantes estão a tosse, a falta de ar e a dificuldade em exercer atividades da vida diária, como ir ao supermercado, subir um lanço de escadas ou vestir-se.

Por provocar uma limitação tão grande da qualidade de vida dos doentes, é de extrema importância alertar para a patologia, quer neste Dia Mundial da Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica, assinalado a 16 de novembro, quer nos restantes dias do ano. Os diagnósticos, que geralmente só acontecem depois dos 60 anos, deveriam ser feitos mais cedo, de forma a permitir um tratamento adequado mais precoce, evitando assim o declínio da função pulmonar.

Uma das provas de que ainda há muito a fazer no que toca à sensibilização da DPOC, é o facto de 70% da população portuguesa a desconhecer - apesar de saber da existência de patologias que fazem parte dela, como a bronquite crónica ou o enfisema. E, quando chega o inverno, quem tem esta doença fica especialmente sensível a adquirir outras infeções, daí o maior número de internamentos.

Para evitar idas desnecessárias às urgências, é importante reforçar o sistema imunitário, nomeadamente através da vacinação. E, uma vez diagnosticados, os pacientes devem utilizar os inaladores, que são a terapêutica-base, uma vez que esta medida é fundamental para evitar riscos associados ao desenvolvimento da doença. Até agora sempre houve algum medo dos efeitos adversos, nomeadamente para o coração. Mas os inaladores de nova geração são seguros e devem ser utilizados diariamente, tal como um comprimido para a doença arterial ou para o colesterol.

Encontrar novas respostas para combater a doença é fundamental e isso começa com a sensibilização perante a patologia.

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