As cem maiores empresas do setor da construção a nível global geraram, em 2024, vendas totais de 1,978 biliões de dólares, o que equivale a aproximadamente 1,8 biliões de euros à taxa de câmbio atual, de acordo com o relatório Global Powers of Construction 2024 da Deloitte. Mais da metade desta receita (51,2%) provém de empresas chinesas, seguidas pela Europa (22,0%), Japão (9,1%), Estados Unidos (8,8%) e Coreia do Sul (4,7%).Embora a receita total tenha descido ligeiramente em relação ao ano anterior (uma quebra de 1%), a distribuição geográfica das vendas manteve-se estável. Destaca-se uma diminuição de 5% nas receitas das empresas chinesas, enquanto outras regiões, como a Europa, apresentaram um aumento nas vendas.A Mota-Engil, a única empresa portuguesa incluída no ranking, subiu para a 52ª posição, alcançando um volume de vendas de 6.439 milhões de dólares (cerca de 5,8 mil milhões de euros) e uma capitalização de mercado de 925 milhões de dólares (aproximadamente 830 milhões de euros). A Europa, com 42 empresas no ranking, continua a ter a maior representação regional, e as vendas das construtoras europeias cresceram 6,2%, totalizando 435,9 mil milhões de dólares (cerca de 395 mil milhões de euros).Apesar da capitalização de mercado das empresas europeias ter recuado 4,9%, três grupos franceses foram os principais responsáveis por esta queda. Por outro lado, os grupos espanhóis destacaram-se, com um aumento de 11,9% nas vendas, impulsionado por empresas como a ACS e Acciona.As empresas europeias continuam a liderar a internacionalização, com 66% das suas receitas provenientes de mercados externos. A VINCI, por exemplo, manteve-se no topo do ranking de vendas internacionais, gerando 44,8 mil milhões de dólares (cerca de 40,5 mil milhões de euros).A Deloitte projeta, apesar da desaceleração em 2024, uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 5,5% para o setor entre 2025 e 2030. Esse crescimento será sustentado por fatores como urbanização, envelhecimento da população, digitalização e descarbonização. Esses elementos deverão impulsionar investimentos significativos em transportes, energia, telecomunicações e ativos digitais, apoiados pela adoção de tecnologias como o Building Information Modelling (BIM) e soluções de gestão baseadas em inteligência artificial.Miguel Fontes, partner da Deloitte, salienta que “a incerteza geopolítica tem conduzido a uma desaceleração económica generalizada, com impacto significativo no setor da construção”. Acrescentou que, apesar dos desafios, o setor demonstra resiliência e perspetivas de crescimento até 2030, impulsionadas por fatores como urbanização e digitalização.No entanto, a curto prazo, as perspetivas permanecem incertas. A produção global de construção cresceu 3,1% em 2024, mas espera-se que desacelere para 2,3% em 2025 devido a riscos de recessão e tensões comerciais, mesmo com a descida da inflação, destaca o relatório..Custos de construção de habitação nova sobem 4,8% em julho