A Nvidia está prestes a realizar a maior instalação de chips de inteligência artificial (IA) da sua história na União Europeia, com a chegada de aproximadamente 12.600 semicondutores ao megacentro de dados em Sines, Portugal. Esta encomenda inclui as novas unidades de processamento gráfico Blackwell Ultra GB300, que deverão chegar no primeiro trimestre de 2026 e servirão para apoiar a Microsoft.Este marco destaca a importância do Sines Data Campus, já que multinacionais como Oracle, Amazon Web Services e Google também estão a integrar esta tecnologia avançada. “Este é um momento decisivo para a Start Campus. Com esta parceria, o nosso primeiro edifício SIN01 atinge a sua capacidade máxima, já se encontrando em expansão devido à elevada procura”, salientou Robert Dunn, CEO da Start Campus.As obras para o segundo edifício, SIN02, estavam previstas para começar no meio deste ano, mas sofreram atrasos, em parte devido a restrições dos Estados Unidos que inicialmente excluíam Portugal de uma lista de países considerados "aliados e parceiros". A Nscale, uma empresa britânica, está a implementar chips da Nvidia em vários países e considera que a entrada em Sines demonstra a capacidade de fornecer "infraestrutura avançada na União Europeia".Esta instalação pode ser crucial para a candidatura de Portugal a uma das gigafábricas de IA cofinanciadas pela União Europeia. Gonçalo Regalado, CEO do Banco de Fomento, já anunciou que há um “consórcio fortíssimo” de parceiros prontos para atrair este investimento, que requer cerca de quatro mil milhões de euros e 100 mil processadores gráficos.Por sua vez, o ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, elogiou a localização de Sines, afirmando que ela “demonstra a convergência da transição digital com a posição geográfica única de Portugal”, tornando-se um centro digital relevante para novos cabos submarinos. Realçou ainda que o investimento permitirá que Portugal opere de forma segura e sustentável, alinhado com as metas de neutralidade carbónica para 2028.