A Gol, uma das principais companhias aéreas do Brasil, anunciou um plano de reestruturação que prevê a saída da Bolsa de São Paulo, após ter concluído em junho o processo de recuperação judicial nos EUA.A empresa anunciou, na segunda-feira, em comunicado, que o plano, já aprovado pelo Conselho de Administração, depende da aprovação em assembleia geral de acionistas, numa votação inicialmente marcada para 04 de novembro.Caso seja aprovado, a Gol passa a ser detida na totalidade por uma empresa diretamente dependente da Abra, conglomerado que controla tanto a Gol como a companhia aérea colombiana Avianca.O negócio inclui ainda a Gollog, empresa responsável pelo transporte de carga da Gol, e o programa de milhas Smiles.Os atuais acionistas minoritários terão a opção de vender as ações e abandonar a empresa ou manter participações mínimas no novo grupo, que será uma entidade separada e totalmente controlada pela Abra.A transação não será dispendiosa para a Abra, uma vez que, após um aumento de capital realizado em maio, no qual participaram apenas 0,76% dos acionistas minoritários, o grupo ficou com mais de 80% das ações da Gol.A empresa defendeu que o plano irá reforçar a capacidade de gestão da Gol, reduzir custos e permitir uma maior agilidade estratégica num momento de recuperação operacional.Em junho, a Gol concluiu o processo de recuperação judicial nos EUA, com a aprovação de um plano de reestruturação e refinanciamento apresentado após um pedido voluntário de proteção contra falência, em janeiro de 2024.A Gol precisava de reestruturar a dívida que, em setembro de 2023, ascendia a 20,2 mil milhões de reais (cerca de 3,19 mil milhões de euros).Em janeiro passado, a Gol e a Azul, duas das três maiores empresas de aviação do Brasil, anunciaram a assinatura de um memorando de entendimento que foi descrito como uma “fase inicial” do processo de negociação para uma potencial fusão.A participação de cada companhia aérea na empresa resultante da fusão dependerá de uma avaliação económica que terá em consideração a estrutura de capital e as previsões de receitas de cada companhia aérea no momento da conclusão do processo.Após a fusão, as duas companhias aéreas vão continuar a existir de forma independente, podendo compartilhar aeronaves, para assim aumentar as ligações aéreas.A Gol, pioneira do modelo 'low cost' na região, transportou 30 milhões de passageiros para 65 destinos no Brasil e 16 internacionais em 2024.A companhia aérea possui uma frota de 139 aviões, todos Boeing 747, e aproximadamente 14.500 colaboradores.A Azul, por sua vez, tem 180 aeronaves e voa para mais de 160 destinos.O terceiro maior ‘player’ do setor aéreo brasileiro é a Latam, que seria a principal rival da futura empresa que pode resultar de uma fusão. .Novo trimestre de prejuízos afasta Gol da privatização da TAP