Os corpos de quatro reféns israelitas devem ser entregues na próxima quinta-feira a Israel, ao abrigo do cessar-fogo com o Hamas que entrou em vigor há quase um mês. Os nomes são esperados só no próprio dia. A informação foi avançada esta segunda-feira pelas autoridades israelitas, quando as famílias dos reféns assinalavam com 500 minutos de jejum os 500 dias de cativeiro dos familiares e marchavam para exigir a libertação de todos. “Tirem-os do inferno”, dizia uma das faixas na manifestação. A primeira fase do cessar-fogo, que termina no início de março, previa a libertação de 33 reféns, tendo o grupo terrorista palestiniano confirmado que oito deles estão mortos. Até agora já foram libertadas 19 israelitas (além de cinco tailandeses que não estavam inicialmente incluídos), restando assim seis reféns desta lista ainda vivos na Faixa de Gaza. No sábado, como tem acontecido nas últimas cinco semanas, está prevista a libertação de três deles. Mas Israel está a fazer pressão para que possam ser libertados logo os seis. Na quinta-feira da próxima semana são esperados mais quatro corpos. A primeira fase do cessar-fogo negociado com a mediação do Qatar, do Egito e dos EUA não tem sido fácil, com trocas de acusações de ambos os lados. Mas o acordo tem sido cumprido. As negociações para a segunda fase do cessar-fogo, que deverá permitir a libertação dos restantes reféns ainda com vida, deviam ter começado há duas semanas. Mas estão atrasadas. Na semana passada, o Hamas ameaçou não libertar reféns no último sábado, como previsto, se Israel não deixasse entrar mais ajuda humanitária no enclave. Em resposta, o presidente dos EUA, Donald Trump, exigiu a libertação de todos os reféns, sob pena de regressarem os combates. Uma mensagem repetida pelo primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu. Foi contudo alcançado um acordo, permitindo a libertação dos três reféns, como originalmente previsto. Há ainda 73 reféns na Faixa de Gaza, com as autoridades israelitas a dizer que pelo menos 36 estão mortos. Entre os reféns, há três (um deles morto) que já tinham sido capturados antes dos ataques de 7 de outubro de 2023 - um deles já cumpriu uma década em cativeiro e o outro aproxima-se desse mesmo marco. Os dois “reféns esquecidos”, como são por vezes conhecidos, são os civis Avera Mengistu e Hisham al-Sayed (ambos tinham problemas mentais quando entraram voluntariamente no enclave palestiniano). Estão os dois na lista de 14 reféns que ainda falta libertar na primeira fase do cessar-fogo, sendo que o Hamas já confirmou que oito estão mortos. As identidades não foram reveladas, com Israel a indicar contudo que a informação vai ao encontro dos dados que já tinham. Na lista estão outros nove homens, com idades entre os 22 e os 86 anos, além de Shiri Bibas e os dois filhos, que tinham 9 meses e 4 anos quando foram raptados no 7 de Outubro. O Hamas anunciou que os três foram mortos num ataque israelita no final do último período de trégua, logo em novembro de 2023, mas Israel não confirma esta informação. O marido de Shiri e pai das crianças foi libertado a 1 de fevereiro.No total, desde que o cessar-fogo entrou em vigor a 19 de janeiro já foram libertados 24 reféns - 19 civis e mulheres militares, além de cinco tailandeses - em seis datas diferentes. Em troca, mais de mil palestinianos que estavam nas prisões israelitas foram libertados, incluindo condenados a pena perpétua.