A RTP abriu esta quinta-feira, 13, o processo de candidaturas ao programa de saídas voluntárias de trabalhadores em situação de pré-reforma. O plano irá abranger 80 quadros, que terão acesso ao subsídio de desemprego, aos quais acrescem mais 35 em idade de reforma.A empresa pública comunicou esta tarde aos trabalhadores as condições de adesão. De acordo com uma ordem de serviço interna, a que o DN teve acesso, a apresentação das candidaturas decorre até ao dia 18 de abril, sendo a resposta formal da RTP dada até ao dia 16 de maio.Esta primeira fase terá um custo estimado de cinco milhões de euros, a serem suportados pelo orçamento da empresa. Já no último trimestre do ano poderá ainda ser realizada uma segunda fase que prevê a rescisão voluntária de até 135 pessoas e que irá carecer de um financiamento extraordinário de 14,9 milhões de euros do Estado, conforme já tinha avançado o DN."Em linha com o previsto no Projeto Estratégico 2024-2026 está em desenvolvimento um conjunto de ações com o objetivo de modernizar e salvaguardar o papel e a missão do Serviço Público da RTP e um plano de reorganização e modernização, tendo em vista proporcionar um contexto de gestão mais eficiente dos recursos da RTP, assente em tecnologia e em soluções digitais que preparem a RTP para a sua afirmação presente e futura", lê-se. O objetivo visa a contratação de um novo trabalhador com perfil digital por cada duas saídas. "Pretendemos renovar o quadro de pessoal, a concretizar através de um plano de saídas voluntárias (rescisões por mútuo acordo), que pretende ir ao encontro do interesse manifestado por muitos trabalhadores e que permitirá criar condições para novas contratações, com novas competências", adianta a nota interna. Podem candidatar-se ao programa os trabalhadores que pertençam ao quadro ativo da empresa e que tenham nascido entre 1957 e 1962.Aos trabalhadores com 66 anos ou mais, que avancem com o pedido de reforma, a RTP irá pagar uma compensação cujo valor máximo não poderá exceder os 50 mil euros. O limite da compensação é ainda fixado em 150 mil euros para os trabalhadores entre os 62 anos e três meses e os 65 anos e em 100 mil euros para quem estiver na faixa etária entre os 65 e os 66 anos.Os profissionais com idades entre os 62 anos e três meses e os 66 anos ficarão abrangidos pela prestação de desemprego. A saída, informa a empresa pública, será concretizada em junho. Os profissionais que virem o seu pedido de rescisão validado irão manter também o seguro de saúde - não extensível à família- durante um período de três anos com o limite de idade de 70 anos. "Serão consideradas como prioritárias as candidaturas que não impliquem a necessidade de substituição do trabalhador, ou permitam que a substituição possa ser assegurada internamente", lê-se no documento.A empresa liderada por Nicolau Santos refere que dará prioridade às primeiras candidaturas recebidas e, adianta, caberá ao conselho de administração a sua seleção final "sendo autorizadas caso a caso".A expetativa é que a adesão seja elevada e que o número de candidaturas supere as vagas disponíveis, conforme tinha referido anteriormente ao DN o membro da Comissão de Trabalhadores (CT) da RTP, Pedro Teichgräber.O programa de saídas voluntárias dos trabalhadores em situação de pré-reforma da RTP foi anunciado, recorde-se, em outubro de 2024, no âmbito do Plano de Ação para a Comunicação Social, apresentado pelo ministro dos Assuntos Parlamentares. Na semana passada a tutela e a administração da empresa pública assinaram o novo contrato de concessão de serviço público da RTP, outra das medidas que integrava o plano para os media de Pedro Duarte. .RTP avança com programa de saídas voluntárias de 80 trabalhadores no primeiro trimestre.RTP quer financiamento de 54 milhões de euros para saídas voluntárias e Plano Estratégico