Crescimento do BPI será "orgânico", diz CEO do CaixaBank
O CaixaBank diz que o BPI vai crescer de forma orgânica e não através de aquisições, numa altura em que o Novobanco se prepara para entrar em bolsa. "Não contemplamos um plano de crescimento em Portugal que não seja puramente orgânico", afirmou o presidente executivo, Gonzalo Gortázar, na conferência de imprensa de apresentação do plano estratégico para o período 2025-2027.
Gonzalo Górtazar diz que o objetivo para o BPI é o mesmo do grupo, de um crescimento de 4% do volume de negócios por ano até 2027, e mostrou-se satisfeito com o desempenho do banco liderado por João Pedro Oliveira e Costa. "Esperamos mais crescimento no BPI, que já provou nos últimos anos que está a fazer as coisas bem", disse Gortázar.
Entre 2016 e 2024 o volume de negócios do grupo em Portugal, através do BPI, cresceu 3%, segundo dados do CaixaBank. O BPI tem uma quota de mercado no crédito à habitação de 14,5%, de 12,3% no crédito a empresas, de 10,2% nos depósitos e de 13,9% na gestão de património.
Sobre a política de distribuição de dividendos pelo BPI, Gonzalo Gortázar disse que o banco "irá anunciar uma política adequada, respeitando a solvência, os rácios de capital, que são mais elevados em Portugal do que em Espanha", mas que "não diferirá muito do que o CaixaBank distribui aos seus acionistas". O CaixaBank compromete-se no plano estratégico distribuir entre 50 e 60% dos resultados até 2027.
Questinado sobre se o BPI vai fechar agências, o CEO disse que "não há nenhum plano para reduzir a plataforma, mas de continuar a crescer".
"Ambiente favorável"
O objetivo do CaixaBank é duplicar o crescimento do volume de negócios do grupo para 4% no período de 2025 e 2027, após um crescimento de 2% entre 2022-2024. Após o aumento de 1% no período 2022 e 2023, nos primeiros nove meses deste ano as receitas estão a crescer 5%, o que leva Gonzalo Gortázar a afirmar, esta manhã, em Madrid, que "não é um acelerar do crescimento meramente voluntarista", mas baseado em indicadores "reais".
"O ambiente é bastante favorável", diz Gortázar, e por isso há um "grau de otimismo de que podemos acelerar o crescimento", diz o CEO.
O CaixaBank prevê que o consumo e o investimento privados vão impulsionar o crescimento económico nos próximos três anos, e "todas as tendências de crescimento em Espanha vemos em Portugal", sublinhou Gortázar.
O banco espanhol prevê que a economia portuguesa cresça 1,7% em 2014, 2,3% em 2025, 2,2% em 2026 e 2,1 em 2027. A Euribor a três meses, em 2027, deverá situar-se em 2,3%
A jornalista viajou a Madrid a convite do CaixaBank