Os contratos de naming rights em estádios do Brasileirão já igualam os da Premier League: são seis, 30%, em 20. Mas o “desempate” favorece o país sul-americano que tem mais dois recintos utilizados frequentemente pelos clubes batizados por marcas..Na Inglaterra, os estádios com nome de empresa são Emirates Stadium (Arsenal), Vitality Stadium (Bournemouth), Gtech Community Stadium (Brentford), Amex Stadium (Brighton), Etihad Stadium (Manchester City) e King Power Stadium (Leicester)..No Brasil, além de Allianz Parque (Palmeiras), Neo Química Arena (Corinthians), Ligga Arena (Athletico Paranaense), Arena MRV (Atlético Mineiro), Morumbis (São Paulo) e Casa de Apostas Arena Fonte Nova (Bahia), também a Arena BRB Mané Garrincha, em Brasília, e a Mercado Livre Arena Pacaembu, em São Paulo, poderão sediar partidas durante o torneio. Os valores do acordo Pacaembu-Mercado Livre, de mil milhões de reais, cerca de 163 milhões de euros, são, aliás, os mais altos porque o tempo de duração é de 30 anos..E o Vitória equaciona vender os direitos do popular Estádio Barradão à Fatal Model, uma empresa de acompanhantes de luxo..O mais antigo dos atuais contratos é o do Palmeiras, assinado com a Allianz em 2013. Já a Arena Fonte Nova, em Salvador, trocou de nome só este ano, após anunciar, em dezembro de 2023, a Casa de Apostas como parceira, num acordo que chega aos 52 milhões de reais, cerca de 8,6 milhões de euros, por quatro anos de contrato..“O recente processo de profissionalização que atravessa o futebol baiano e o potencial de crescimento das receitas do espaço foram dois fatores essenciais para realizarmos este movimento. O local também se destaca com grandes concertos e possui condições de sediar jogos da seleção brasileira e finais de torneios internacionais”, diz Anderson Nunes, head de Negócios da Casa de Apostas, ao Dinheiro Vivo/DN..Os contratos para naming rights de estádios chegaram ao Brasil em 2005, quando a Arena da Baixada, do Athletico Paranaense, se tornou a Kyocera Arena. O boom, no entanto, veio após a Mundial 2014 no país e a construção das novas arenas. Ivan Martinho, professor de marketing da ESPM, acredita que este tipo de acordo ganhe força: “Os estádios são ativos valiosos do desporto e a venda dos naming rights representa receita importante a ser explorada nos clubes; a injeção de dinheiro potencializa o desenvolvimento das experiências, assim como ocorre nos desportos americanos, por exemplo.”.Joaquim Lo Prete, country manager da Absolut Sport no Brasil, agência de experiências desportivas, concorda: “O facto de as equipas deixarem de relutar em mudar o nome dos estádios é um fator que expressa nova mentalidade comercial, ouvi por muito tempo, por exemplo, que jamais chamariam o Morumbi por qualquer outro nome, mas, com inteligência e criatividade, o São Paulo conseguiu chamá-lo Morumbis, a que media e adeptos aderiram.” Os naming rights do estádio são da Mondelez, empresa cuja marca de chocolates mais famosa é o Bis, transformando, por isso, Morumbi em Morumbis..Em resumo, segundo Renê Salviano, CEO da Heatmap e especialista em marketing desportivo, “as novas arenas dispõem de inúmeros canais para realizar ações, que vão desde meios físicos, como ecrãs, camarotes e áreas comuns, até meios digitais, como as redes sociais, atrelando-se à carga emocional envolvida nesses espaços. As marcas garantem um diferencial em relação à concorrência, assim como conexão com os torcedores.”.geral@dinheirovivo.pt.EM NÚMEROS.30%.Percentagem de estádios da Premier League e da Série A do Brasileirão batizados por marcas..2005.Ano em que a Arena da Baixada, do Athletico Paranaense, se tornou a Kyocera Arena, primeira experiência no país..163.Valor, em milhões de euros, do contrato entre Pacaembu - estádio municipal de São Paulo - e a empresa Mercado Livre, que agora nomeia o recinto.