O alargamento das parcerias internacionais é um dos desafios do Banco de Português de Fomento (BPF) para os próximos anos disse ontem o Ministro da Economia, Pedro Reis, na apresentação do plano de ação da instituição financeira até 2027. Em negociação já está uma parceria com os Emirados Árabes Unidos (EAU) que o BPF prevê que esteja fechada ainda no primeiro semestre deste ano, e já há outras geografias em análise. O Ministro da Economia elencou seis vetores de atuação para a nova equipa de gestão do BPF, e entre eles “que alargue e redesenhe a sua rede de parcerias internacionais”. Pedro Reis lembrou - como noticiou o Jornal de Negócios - que “ainda na semana passada conseguimos um momento importante, que um dia quando olharmos para trás veremos como uma nova fase da agenda internacional do Banco de Fomento, aquando da nossa visita aos Emirados Árabes Unidos, que nos foi indicado como de alto interesse para esse país conceber uma parceria estratégica de investimento com o Banco de Fomento. Queremos não só fechar essa agenda que se abriu, mas ir fazendo em mais países”, adiantou o ministro. .Banco de Fomento apresenta plano de ação: "Não há espaço para errar", avisa ministro da Economia. Gonçalo Regalado, o novo presidente executivo do BPF, explicou em que fase está o processo. “Nós desenhámos uma linha de conceito, essa linha de conceito basicamente juntará duas entidades soberanas e duas entidades funcionais, o Banco de Fomento e um dos fundos soberanos dos Emirados Árabes Unidos. Estão a ser agora levantados todos os setores onde há interesse de investimento dos EAU em Portugal. Nós faremos o mesmo do nosso lado. Vamos olhar para todos os setores onde as empresas portuguesas tenham interesse em investir no Médio Oriente”. A parceria será “apresentada ao país e ao Governo”, espera Gonçalo Regalado, “neste semestre”, de acordo com o calendário com que está a trabalhar. O gestor disse que nesta matéria há “sentido de urgência, porque sabemos que uma vez construída, poderá ser utilizada noutros países que também têm fundos de boa dimensão naquela região em particular, e na América do Norte e na Europa, que são as três regiões onde estamos a avançar com essas parcerias”. Mas não revelou países em concreto. Trata-se de um trabalho liderado pelo Ministério da Economia e pela AICEP (Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal), frisou, e o papel do BPF é ser o “motor do financiamento”. 14, 6 mil milhões em garantiasO novo presidente executivo do BPF traçou as metas da sua gestão até 2027. São “mil dias” - contabilizou o CEO - para pôr em ação um plano para impulsionar o investimento empresarial, e que inclui a atribuição de 14,6 mil milhões de euros de garantias financeiras ao longo de 2025, “5% do PIB”, sublinhou.Também anunciou um novo modelo de garantias pré-aprovadas, tendo sido criados “modelos para saber o limite da garantia a conceder”, como faz a banca comercial, que abrangerá 150 mil empresas até maio. O primeiro lote, de 50 mil, avança já em março, outras 50 mil em abril e mais 50 mil em maio. “Em vez de estarmos à espera que os empresários e a banca comercial nos peçam as garantias, nós vamos avaliar e vamos conceder as garantias aos empresários, dizendo-lhes que invistam”, disse Gonçalo Regalado. O gestor afastou problemas de risco das empresas, apontando que “92%, em número de empresas, têm riscos médios e moderados ou ótimos, e 85%, em volume de negócios, têm riscos médios e moderados ou ótimos”. Além disso, acrescenta, “Portugal tinha 127% de dívida empresarial face ao PIB em 2012. Hoje já tem um valor na casa dos 75%, já está abaixo da média europeia, muito próximo da Espanha”. Acelerar resposta às empresasO plano de ação prevê também investimentos “relevantes” em tecnologia para criar um Banco de Fomento digital para “ganhar tempo de resposta” e “eficiência operacional”. O gestor admitiu que “não é tolerável demorar meses a responder às empresas”. “O primeiro grande objetivo é garantir capacidade de automação de processos, de robotização e contratar um software de suporte, para todos os instrumento do Banco Português de Fomento, de capital, garantias, seguros, ter todas as empresas na mesma infraestrutura tecnológica. É esse o primeiro grande objetivo, garantir sinergias internas para podermos responder aos empresários com melhor tempo de serviço, mais rapidez e maior celeridade”. No final do mandato, em 2027, Gonçalo Regalado promete “um novo site do Banco de Fomento, que seja para empresas e não só para bancos”.