TAP não consegue contratar e cancelamentos ameaçam verão

A transportadora aérea está a recrutar para reforçar a operação na época alta, mas posições ficam desertas. Trabalhadores alegam que as condições salariais e a má reputação da companhia estão a afastar os candidatos e alertam que sem mão-de-obra os aviões ficarão em terra.
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Os tempos em que uma carreira na TAP era desejada por muitos parece estar distante. As polémicas recorrentes na administração da transportadora, os longos meses sem paz social ou os salários talhados por um plano de reestruturação mordaz têm afastado o interesse dos profissionais da aviação. Com mais rotas e com um maior número de ligações programadas para a época alta, a companhia está, desde o início do ano, a contratar para posições como pilotos, tripulantes ou técnicos de manutenção, mas a fraca procura está a tornar-se numa dor de cabeça para a TAP.

Os sindicatos da empresa alertam para um verão caótico, com os aviões a ficar colados à pista e os voos cancelados por falta de pessoal. "A companhia está com dificuldade nas contratações, nomeadamente de tripulantes com experiência. A atual situação a nível financeiro e os salários que paga aos tripulantes de cabine já não justificam a vinda para a TAP", explica ao Dinheiro Vivo o presidente do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), Ricardo Penarroias.

A 12 de janeiro a transportadora liderada por Christine Ourmières-Widener abriu vagas para "200 PNC (Pessoal Navegante de Cabine) para contrato [a termo certo] para o verão IATA [definido pela Associação Internacional de Transportes Aéreos, entre 26 de março e 28 de outubro]", confirmou a empresa ao Dinheiro Vivo.

O representante dos tripulantes acusa a TAP de oferecer "condições abaixo do mercado", desincentivando os profissionais de outras companhias aéreas a migrar para a empresa pública. "Ninguém que está na easyJet ou na Azores Airlines quer ir para a TAP e isso demonstra que as condições que a TAP apresenta não são atrativas", aponta. Também o porta-voz do Sindicato dos Trabalhadores e Aviação (SITAVA) traça o mesmo cenário para o pessoal de terra.

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