Marcelo Rebelo de Sousa deixa recados no encerramento da Web Summit

O co-fundador da Web Summit vai mudar-se para terras lusas e quer mesmo lançar uma cimeira dedicada ao vinho português.
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Quatro dias de Web Summit juntaram em Lisboa quase 70 mil pessoas, oriundas de 159 países do globo. Numa era em que proliferam notícias falsas, o papel da tecnologia e da internet na democracia não foi esquecido durante a cimeira nem as questões políticas que marcam a atualidade, como o Brexit e as eleições intercalares nos EUA. No último dia estes temas não passaram ao lado, mas a mira esteve também apontada a questões de mobilidade, com um dos co-fundadores das trotinetes elétricas Lime e o fundador da plataforma Taxify a debater a febre nos transportes que também já chegou a Portugal.

No último dia, e depois de já ter anunciado que a cimeira de tecnologia vai permanecer em Lisboa até 2028, Paddy Cosgrave, um dos irlandeses que criou o evento há oito anos, revelou que vai mudar a sua residência para Portugal. "A minha mulher disse-me ontem à noite [quarta-feira] que vamos mudar-nos para Lisboa", disse notando que assim vai conseguir "preparar as próximas edições com mais calma e mais estabilidade".

Mas os planos do irlandês podem ir ainda mais longe, tendo aberto a porta uma nova conferência em solo nacional. "Já me sugeriram várias vezes organizar uma wine summit [cimeira dedicada ao vinho]. O vinho português é muito apreciado mas é barato. Isso vê-se muito nas avaliações dos restaurantes e é também a opinião que vou recolhendo de estrangeiros que visitam o Douro". Ainda assim, o vinho talvez não tenha sido a bebida mais consumida durante estes dias. A organização aponta que tenham sido ingeridos mais de 363 mil cafés por parte dos mais 1200 oradores, das mais de 1800 startups, dos mais de 1500 investidores e dos mais de 2600 elementos da comunicação social mundial.

A última palavra foi, contudo, de Marcelo Rebelo de Sousa, que pela segunda vez consecutiva encerrou o evento. Recordou os desafios do passado e lançou novos para o futuro. "Depende de vós, usar a revolução digital para o diálogo, para a paz. Esse é o desafio, é difícil, duro, porque esta onda que está a atravessar o globo vai durar e é o oposto da revolução digital, o oposto do significado da revolução digital", disse. "O digital é sobre a liberdade, abrir economias, abrir sociedades e estamos a ver em todo o mundo o oposto. Vemos xenofobia, intolerância, estamos a ver fronteiras a fecharem-se", rematou.

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