Novo Banco quer reduzir mais 400 trabalhadores entre rescisões e reformas

O novo plano de emagrecimento do banco presidido por António Ramalho prevê o fecho de mais 73 agências até ao final do ano
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O Novo Banco vai avançar com um novo processo de rescisões voluntárias e de reformas antecipadas que deverá levar à saída de mais de 400 trabalhadores, além do fecho de 73 balcões.

A Comissão de Trabalhadores do Novo Banco, depois de uma reunião ontem com a administração liderada por António Ramalho, precisou que o banco "pretende encerrar 30 balcões até final de abril e mais 43 até final deste ano, no âmbito dos compromissos assumidos pelo Estado português junto da Comissão Europeia, na sequência da venda de 75% do capital ao fundo norte-americano Lone Star.

Com o programa de reformas antecipadas e outro de rescisões voluntárias, a administração "pretende antecipar para o corrente ano o compromisso de redução de trabalhadores até 2021", refere a comissão de trabalhadores, sem indicar quantos trabalhadores estão em causa. Fontes contactadas pela Lusa indicam que o objetivo do número de trabalhadores a sair neste ano é superior a 400, cerca de metade em rescisões e a outra metade em reformas antecipadas.

A intenção do banco é que o programa de reformas antecipadas (para trabalhadores acima de 55 anos selecionados pelo banco) esteja concluído no primeiro semestre e as rescisões "no decorrer deste quadrimestre".

O Novo Banco ainda não apresentou as contas de 2017, mas as previsões apontam para prejuízos recorde de cerca de mil milhões de euros, em resultado de uma política mais agressiva de reconhecimento de perdas em ativos problemáticos. Os últimos dados, referentes a setembro, revelam que a instituição financeira nascida em 2014, quando da resolução do BES, empregava 5297 funcionários em Portugal, menos 390 do que em dezembro de 2016, e tinha uma rede de 449 agências, depois de ter fechado 58 balcões nos primeiros nove meses do ano passado.

A redução de trabalhadores e o fecho de balcões são alguns dos compromissos já assumidos perante Bruxelas no âmbito da venda do banco e do mecanismo de capitalização contingente, que pode obrigar o Fundo de Resolução, dono de 25% do Novo Banco, a injetar até 3,89 mil milhões de euros para cobrir a deterioração dos rácios de capital da instituição e a desvalorização de um conjunto específico de ativos. Estes 3,89 mil milhões, que podem servir para cobrir eventuais perdas, juntam-se aos 3,9 mil milhões que o Estado injetou em 2014, quando da constituição do Novo Banco.

E o valor poderá ainda ser maior. Se os rácios exigidos pelo Banco Central Europeu não forem respeitados, o Estado poderá ter de injetar mais capital ou subscrever dívida com elevado nível de subordinação. A acontecer a injeção adicional, os cortes no Novo Banco vão ter de chegar a entre 800 e 1100 trabalhadores e ao fecho de 90 a 120 balcões.

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