Dia da Libertação de impostos: O que receber a partir de hoje é para si

Todos os anos, os portugueses estão a trabalhar mais dias para pagar impostos ao Estado. Mas o calendário dita que hoje é o dia para começar a amealhar. Ou seja, tudo o que se receber a partir de hoje será o rendimento líquido dos portugueses.
Publicado a
Atualizado a

Os dados que constam do "The tax burden of typical workers in the EU 28" elaborado pela

organização New Direction, que compara a carga fiscal dos vários países

da União Europeia e respetivos dias de libertação fiscal, refere que

em Portugal a carga fiscal é de 42,89%, este ano, o que corresponde a 33,2% do

PIB. No DEO, o governo assume que este peso é menor (25%), mas deixa a

porta aberta a uma nova subida em 2015, quando passará, nas contas do

Executivo para 25,5% do PIB - sem se conhecerem ainda outras medidas,

está já prevista uma subida do IVA para 23,25%; e da TSU para 11,2%.

Mas há mais más noticias: os

portugueses estão a trabalhar mais oito dias do que em 2011 para saldar

as suas obrigações perante o fisco. Nesse ano, os portugueses

trabalharam até 29 de maio para pagar impostos, em 2012 até 3 de junho,

no ano passado até 4 de junho e, este ano, o trabalho estendeu-se até ao

dia 6 de junho.

Os dados mostram que os portugueses têm um salário médio anual de 19 453

euros, ou seja, 1389,4 euros distribuídos, em média, por 14 meses. Deste

salário bruto, são retirados 3733 euros para pagar as contribuições do

empregador para a Segurança Social, e 1729 para a TSU do trabalhador.

Fica com 13 991 euros anuais. Mas ao bolo ainda serão retirados 1984

euros dos impostos sobre o rendimento (IRS), que deixam 12 007. Para

além disso, soma-se o IVA que, até aqui numa taxa máxima de 23%, retira

em média 898 euros, descendo o rendimento anual médio para 11 109 euros.

Contas feitas são pagos pelos portugueses, em média, 8344 euros

de impostos, mas recorde-se que este estudo deixa de fora impostos como

o IMI, álcool e tabaco, ou relativos aos carros, que a ser considerados

podiam adiar o dia de Libertação do impostos por mais uns dias. De

qualquer forma continua-se a trabalhar, em média, mais de metade do ano

para para pagar obrigações fiscais.

Segundo esta comparação, Portugal está longe de ser o país com maior peso fiscal em função do rendimento. Aliás, é o sétimo país dos 28 a ficar livre dos impostos mais cedo. À frente só o Chipre, que desde 21 de março que já não paga impostos, Malta e Irlanda (28 de abril), Reino Unido (13 de maio), Bulgária (18 de maio) e Luxemburgo (30 de maio). Em oposição, os países cuja carga fiscal é maior e, por consequência se veem livres mais tarde, são os países do norte da Europa, onde se incluem a Alemanha, Hungria, Áustria, França e Bélgica. Na lista dos mais penalizados conta-se também a Grécia que só tem a sua libertação fiscal a 14 de julho.

E não é só em Portugal que o Dia da Libertação de Impostos está a chegar cada vez mais tarde. "Os impostos continuam a subir na Europa" desde 2010 (a primeira edição deste estudo) onde em média, um trabalhador da União Europeia viu a sua taxa real de impostos passar dos 45,06% em 2013 para os 45,27% em 2014.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt