Invencibilidade doméstica dos leões ruiu na Amoreira

Sporting desperdiçou oportunidade para voltar a liderar o campeonato e sofreu primeira derrota da época em provas nacionais. Estoril chegou ao 2-0 em meia hora com excelente futebol
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Num fim de semana problemático para o Sporting, depois da ameaça de demissão do presidente Bruno de Carvalho na assembleia geral de sábado, a equipa de futebol desperdiçou ontem, na Amoreira, a oportunidade de se recolocar na liderança da I Liga e sofreu a primeira derrota doméstica da época.

A equipa de Jorge Jesus perdeu para um aflito Estoril cujo nível exibicional vai mostrando ser de primeira, apesar de se situar na zona turbulenta da tabela. Pressionado pelas vitórias de FC Porto e Benfica, e sem Bas Dost e Gelson Martins, os leões não conseguiram impor-se e nem sequer contrariar os argumentos dos canarinhos, que mesmo diante de um adversário poderoso não hesitaram em apresentar uma ideia de jogo assente na pressão alta e num futebol apoiado desde trás.

Mesmo tendo o exemplo dos 45 minutos do tal Estoril-FC Porto suspenso ao intervalo a meio do último mês, os verde e brancos não souberam condicionar a primeira fase de construção bastante arrojada (e arriscada!) da equipa da casa nem explorar o enorme espaço nas costas da defesa contrária, que voltou a exibir um bloco muito subido e coeso.

Não bastavam as ausências e a lição mal estudada, o conjunto orientado por Jorge Jesus ainda se debateu com o forte vento contra na primeira parte, situação com alguma influência nos pontapés de canto. Que o digam Pepê e Eduardo, que aproveitaram para tentar alvejar diretamente a baliza de Rui Patrício. Depois de várias ameaças, o Estoril inaugurou o marcador precisamente na sequência de um canto, com o polivalente cipriota Kyriakou a aproveitar as sobras de um corte de Fábio Coentrão sobre a linha de golo para faturar, aos 27 minutos.

E como um mal nunca vem só, ainda o Sporting estava a digerir o primeiro golo quando sofreu o segundo, por intermédio do reforço de inverno estorilista Ewandro, que à passagem da meia hora apareceu bem na cara do guarda-redes leonino e aumentou para 2-0. O árbitro assistente julgou ter visto fora de jogo e levantou a bandeirola, mas o juiz principal Manuel Mota não apitou e o videoárbitro validou o golo.

Ao segundo soco no estômago, o recém-coroado vencedor da Taça da Liga lá reagiu e criou situações de perigo, mas a falta de pontaria de Coates e o falhanço incrível de Bruno César, ambos no final da primeira parte, só conseguiram acentuar a falta que Bas Dost fez.

Montero apático

Exigia-se muito mais da turma de Alvalade no segundo tempo. Jorge Jesus abdicou de Battaglia para reforçar o ataque com Montero, mas o colombiano somou poucas ações úteis durante os mais de 45 minutos que esteve em campo. Ainda sem ritmo, revelou lentidão a raciocinar e a executar. E como Doumbia desapareceu após o intervalo, pertenceram a companheiros mais recuados as melhores oportunidades para reduzir a desvantagem. Os esquerdinos Fábio Coentrão (48") e Acuña (51" e 57") tentaram a sorte, mas não acertaram no alvo, numa fase em que o Estoril revelava outras virtudes: a de tapar os caminhos para a sua baliza e maturidade a gerir um resultado favorável e a resistir às investidas adversárias.

Vendo o tempo a passar, J.J. esgotou as substituições ainda com cerca de meia hora por jogar, lançando Rúben Ribeiro e Bryan Ruiz. Contudo, o fulgor e a crença dos leões foi desvanecendo. Ivo Vieira e seus homens ainda chegaram a festejar a obtenção de um terceiro golo, por André Claro ao minuto 69, mas aí o VAR não deu parecer favorável.

Perante um Sporting impotente, o Estoril foi em busca do 3-0 e só não tornou a derrota dos verde e brancos mais pesada porque Rui Patrício impediu que o recém-entrado Bruno Gomes, por duas vezes (83" e 90+1"), fizesse balançar as redes.

Já no último minuto de compensação, Montero viu ser invalidado um golo que ajudaria a atenuar a derrota dos verde e brancos.

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