E ao 37.º jogo na Rússia, chegou o primeiro empate a zero
Grupo C. Nunca um nulo tinha chegado tão tardiamente num Mundial de 32 seleções. Autêntico pacto de não agressão dá primeiro lugar do grupo a França e qualificação à Dinamarca
Ao 37.º jogo do Mundial 2018, o primeiro nulo. Desde a edição de 1998, que marcou a estreia do formato atual (32 equipas), que um empate a zero não chegava tão tardiamente. O recorde pertencia ao torneio que se realizou em 2002 na Coreia do Sul e no Japão, quando França e Uruguai se defrontaram ao 18.º encontro - em 1998 foi ao 5.º, em 2006 ao 4.º, em 2010 ao 2.º e em 2014 ao 13.º.
Existem 0-0 em partidas agradáveis de assistir, mas não foi o caso deste longo bocejo de 90 minutos, um autêntico pacto de não agressão entre Dinamarca e França.
É verdade que o empate servia ambas as seleções, pois permitia aos nórdicos assegurar a qualificação para os oitavos de final e aos gauleses garantir o primeiro lugar, mas o facto de haver a liderança do grupo por definir gerava a expetativa de um encontro mais rico.
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O selecionador gaulês Didier Deschamps, que ontem igualou Raymond Domenech como o treinador com mais jogos à frente de les bleus (79), deixou de fora cinco titulares nos dois primeiros encontros - Lloris, Umtiti, Pavard, Pogba e Mbappé -, mas nem os seus substitutos nem os que continuaram no onze mostraram grande vontade de mostrar serviço: Griezmann, melhor jogador e marcador do Euro 2016 e de quem muito se esperava, continua sem aparecer ao nível a que tem habituado; e Ousmane Dembelé e Thomas Lemar não têm tido o poder de agitar o ataque de uma equipa que se dá ao luxo de não incluir nomes como Martial, Coman ou Lacazette, para não falar do proscrito Benzema.
E como do outro lado estava uma Dinamarca que, apesar de utilizar os principais craques, não quis forçar muito o andamento, o ritmo foi baixo e a bola andou muito afastada das balizas. França teve mais bola, mas não criou perigo. Os remates de Dembelé (33") e Giroud (44") serviram para quebrar a monotonia da primeira parte, mas não foram suficientes para esboçar uma reação a Kasper Schmeichel.
O segundo tempo foi mais do mesmo. Eriksen, na execução de um livre, obrigou Mandanda - mais velho a estrear-se pela França em Mundiais, aos 33 anos - a uma defesa a dois tempos (54"). Os gauleses responderam nos últimos 20 minutos, em dois remates perigosos do recém-entrado Fékir: o primeiro ainda deu a impressão de golo, mas levou a bola à malha lateral (70"); o segundo obrigou Schmeichel a voar, para a única defesa da tarde digna desse nome (83").
Na terceira fase final enquanto selecionador de França, Didier Deschamps terminou pela terceira vez a fase de grupos com duas vitórias e um empate e no primeiro lugar do grupo. Antes da sua chegada, les bleus tinham estado entre 2004 e 2012 sem concluírem a fase de grupos na liderança.
Jogos e resultados do dia:
Austrália - Peru (0-2, resultado final)
Dinamarca - França (0-0, resultado final)
Islândia - Croácia (19.00)
Nigéria - Argentina (19.00)