Sérgio Conceição, treinador do FC Porto
Sérgio Conceição, treinador do FC PortoGerardo Santos / Global Imagens

Sérgio Conceição: "Jogamos sempre contra mais de 11 jogadores"

No lançamento da meia-final da Taça de Portugal desta quarta-feira em Guimarães, o treinador do FC Porto criticou a arbitragem no jogo do Estoril e denunciou provocações dos árbitros aos seus atletas.
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Sérgio Conceição voltou esta terça-feira a repisar o polémico jogo de sábado com o Estoril para a I Liga, relegando  quase para segundo plano a primeira mão da meia-final da Taça de Portugal frente ao V. Guimarães, marcado para esta quarta-feira à noite (20.30 horas, RTP1) no Estádio D. Afonso Henriques. Depois de ter ficado em silêncio após a partida da Amoreira (derrota por 0-1), o treinador do FC Porto foi desta vez contundente, reclamando “um penálti claríssimo” de Mangala sobre Francisco Conceição num jogo que “resume um bocadinho o que foi a época”. E de imediato disparou: “Jogamos sempre contra mais do que 11 jogadores. Vou ter mais um processo mas é verdade. A equipa de arbitragem por vezes não é feliz e é algo tem acontecido algumas vezes. Não são erros técnicos, é a provocação dos árbitros aos jogadores.”

O treinador portista admitiu, no entanto, que a reação dos jogadores e de todo o staff portista no final da partida “obviamente que não foi bonita”, mas aproveitou para justificar este tipo de comportamento com as revelações que fez depois. “No jogo do Bessa, o senhor Manuel Oliveira foi capaz de perguntar ao Eustáquio em que piscina andava a treinar. O que queria do jogador? Que fosse expulso? Não entendo. O senhor Hélder Malheiro, e eu meto os nomes, no penúltimo jogo na Amoreira, passou pelo Francisco Conceição - e há imagens disso -, deu-lhe um encontrão com o ombro e disse-lhe ‘estás feito comigo, vai-te f...’. Não sou eu que estou a dizer. Os áudios existem. Imaginem o que é um árbitro dizer a um miúdo de 20 anos que está tramado”, explicou, admitindo que o filho Francisco “devia ter visto o vermelho”. “Vejo os meus jogadores a serem atacados pelas reações que têm e não vejo ninguém a defender o que tem levado a isso, o que é estranho”, argumentou, sublinhando que é tudo por causa dos alegados erros de arbitragem: “São penáltis claros e depois revertidos quando são mostradas parte das imagens... Entretanto, já perdemos pontos e ninguém fala disto.”

As críticas de Sérgio Conceição dirigiram-se ainda para quem lidera a arbitragem. “O treinador perde dois ou três jogos e vai embora, os árbitros fazem com que esses pontos sejam importantes e vão para a Arábia apitar. Têm um prémio...”, acusou, lembrando que o jogo com o Estoril “era aquele que podia manter o FCPorto na corrida pelo título, tendo em conta que vem aí um Sporting-Benfica”. E, nesse contexto, diz ser “estranho” que na Amoreira tenha havido “uma arbitragem muitíssimo fraca, de um árbitro que há dias tinha apitado alguns jogadores do FC Porto num Espanha-Brasil”. Além disso, referiu que no VAR esteve “o senhor Tiago Martins, que também é recorrente ter azar contra o FC Porto”.

Após desfiar o rol de críticas, Sérgio Conceição fez depois um mea culpa. “A culpa também é nossa. Há momentos na época que são decisivos e nos quais temos tido azar. No ano passado com o Gil Vicente, este ano na Amoreira”, disse, recusando depois comentar o facto de o presidente Pinto da Costa ter dito numa entrevista à SIC que os erros da arbitragem surgiram com a candidatura de André Villas-Boas à liderança doFCPorto. “Não me ficaria bem porque sou um empregado do clube e não tenho de comentar as palavras do líder”, disse. 

Elogios ao V. Guimarães

Sérgio Conceição admitiu depois que a luta pelo título “está muito difícil, praticamente impossível”, razão pela qual neste momento o FCPorto irá “trabalhar muito para tentar chegar à final”, embora considere que a Taça de Portugal não sirva para salvar a época: “Estamos habituados a lutar pelos títulos até ao final. No campeonato também vamos dar tudo, encarar cada jogo como se fosse uma final. Aqui ninguém desiste de nada.”

Para chegar à final o FCPorto terá que ultrapassar o V. Guimarães, sendo que a primeira mão é esta noite no Estádio D. Afonso Henriques, na qual não poderá contar com Diogo Costa e Francisco Conceição, que cumprem castigo, algo que o treinador acabou por tentar desvalorizar: “Toda a gente é importante e tem valor, mas não estarão esses dois jogadores, estarão outros. Temos opções.”

Apesar da turbulência dos últimos dias, o treinador dos dragões garantiu que a preparação foi “normal”m durante a qual foi analisada “uma equipa que nas transições defesa-ataque é muito capaz, mas tem outros momentos muito interessantes”. “OV. Guimarães tem feito uma época muito boa, está num bom momento, com uma boa atmosfera e ambiente”, frisou.

Álvaro Pacheco sonha com a final do Jamor

Álvaro Pacheco assumiu que o Vitória de Guimarães pretende dar “um passo importante” para chegar à final da Taça de Portugal. A jogar em casa na primeira mão, o treinador dos minhotos admite que “os dois jogos são importantes”, mas desde já quer “ganhar” ao FC Porto no Estádio D. Afonso Henriques. “Temos de ter a tranquilidade de perceber que temos a segunda mão para discutir a eliminatória, mas a nossa intenção é ganhar vantagem”, explicou. 

O treinador de 52 anos admitiu que chegar a uma final no Jamor é “um sonho de criança”, mas lembrou que para isso é preciso ultrapassar um FC Porto apostado em retificar a derrota de sábado no Estoril e que “tem jogadores mais do que suficientes para demonstrar qualidade”. Nesse sentido, revelou ter pedido aos seus atletas para estarem atentos aos “espaços que têm de ocupar” e para serem “proativos” durante a partida. “Temos de ser capazes de não deixar o FC Porto levar o jogo para os momentos que não pretendemos. Temos de entrar com uma mentalidade muito forte, de ser agressivos”, sublinhou.

Álvaro Pacheco disse estar à espera de ver o estádio com “uma envolvência fantástica”, tendo ainda revelado que o guarda-redes e capitão Bruno Varela vai ser titular, após quase dois meses sem jogar devido a uma lesão muscular.

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