Clube e SAD de costas voltadas e cada um poderá ter a sua equipa

Tribunal Arbitral do Desporto rejeitou recompra da SAD por parte do clube, que quer ter equipa de futebol sénior. AG no dia 28
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Emblema incontornável do futebol português, campeão nacional em 1945-46 e detentor de três Taças de Portugal, o Belenenses parece estar a caminho de uma reviravolta histórica, que poderá ditar uma divisão em duas equipas de futebol profissional.

O direção liderada por Patrick Morais de Carvalho tinha avançado para a recompra da SAD na última semana, no âmbito do acordo parassocial celebrado pelo antecessor com a empresa de Rui Pedro Soares, a Codecity Sports Management (CSM), a 12 de dezembro de 2012. Contudo, o Tribunal Arbitral do Desporto considerou válida a denúncia ao contrato feita há três anos e meio pela CSM por alegado "incumprimento do clube", e consequentemente considerou inexistente essa cláusula. Ou seja, o clube viu ser rejeitada a possibilidade de resgatar a sua equipa de futebol profissional.

Posto isto, e porque a vontade da direção e - no entender desta - "a vontade de todos" os sócios, "todos os cenários estão em aberto", inclusivamente a possibilidade de o clube vender os 10% da SAD que restam na sua posse e criar uma nova equipa de futebol sénior para jogar no Campeonato de Portugal já em 2018-19. Essa hipótese foi levantada ontem pelo jornal A Bola e não foi negada por Patrick Morais de Carvalho, que em conferência de imprensa realizada ontem remeteu a palavra para os sócios numa assembleia geral ordinária que vai realizar-se no dia 28, pelas 19.30. "Li o artigo, sei que podem estar bem informados e ter falado com alguém do Belenenses, mas não posso dizer qual vai ser o caminho", frisou.

O líder do emblema do Restelo revelou que vai apresentar uma proposta durante a AG mas que a irá manter em sigilo até lá, de forma a estar "blindada a ataques exteriores". A confirmar-se a criação de uma equipa pelo clube, a da SAD pode sofrer consequências. No limite, poderá perder o direito de usar o nome e o emblema do Belenenses, bem como o de utilizar o Estádio do Restelo, segundo avança o diário desportivo A Bola.

Líder da SAD recusado como sócio

No entender do presidente do Belenenses, Patrick Morais de Carvalho, "o contrato parassocial celebrado contemplava o direito de recompra, ficou determinado que esse era um direito essencial e foi dada uma palavra de honra". "Nessa Assembleia Geral, se esse direito não estivesse no contrato, a decisão teria sido recomeçar do zero nos distritais. Foi isso que foi negociado", vincou, deixando severas críticas ao diretor executivo da SAD, Rui Pedro Soares.

"Fiquei perplexo ao ouvi-lo dizer que teve uma grande vitória, porque um tribunal anunciou que estava livre de cumprir esses compromissos. É uma falta de respeito tremendo pela vontade dos sócios do Belenenses, que numa maioria de 99% votaram que queriam a Codecity fora do Restelo", atirou, garantindo "categoricamente" que não se vai demitir.

O facto de a direção considerar que o líder da SAD lesou o clube ao denunciar o contrato e consequentemente anular o direito de recompra é o motivo pelo qual rejeitou a admissão de Rui Pedro Soares como associado em março do ano passado e vai voltar a recusá-la. "Continua a faltar à palavra, a decisão mantém-se", atirou o presidente, que diz que a situação não vai afetar os jogadores. "Falo regularmente com alguns jogadores da equipa profissional e sei que é para o lado que dormem melhor. São bons rapazes, têm feito um trabalho positivo e estão focados em continuar a fazer um bom campeonato," salientou, admitindo também o diálogo com a SAD.

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