Dragão ganha mais poder de fogo mas já mostra um bafo muito quente
Enquanto chegam avançados – os dragões apresentaram dois jovens com tremendo potencial para o ataque, casos do espanhol Samu Omorodion e do sueco Deniz Gul, ambos de 20 anos -, sinal de que a equipa está a ganhar mais poder de fogo, a verdade é que os dragões já mandam um bafo muito quente, como pôde voltar a ver-se diante do Rio Ave. Com os vilacondenses, a equipa de Vítor Bruno deu, no fundo, continuidade às boas exibições e resultados vitoriosos desde que começou a temporada (soma por vitórias os quatro jogos oficiais que disputou...). Além disso, continua a dar oportunidades a jovens da formação carregados de talento (e ainda há outros quase prontos para serem lançados...), que estão perfeitamente identificados com as ideias do treinador, enquanto ganham rotinas com os mais experientes – Pepe é um deles e voltou a ser titular, enquanto Wendell entrou ao minuto 68, para o lugar de Martim Fernandes, e somou os primeiros minutos.
O jogo não podia começar da melhor maneira para os Dragões, que fizeram o 1-0... aos 18 segundos – Ivan Jaime cruza da direita e Galeno dispara de primeira, com classe, assinando o golo mais rápido até este momento no Estádio do Dragão. E pouco depois é Jonathan quem, com grandes defesas, evita o 2-0, primeiro a remate de Namaso (7), depois a tiro de Ivan Jaime (11), e ainda a remates de Martim Fernandes (15) e Vasco Sousa (25) – pelo meio, aos 24, o guarda-redes vilacondense defende, com segurança, novo remate de Ivan Jaime, na marcação de um livre direto.
O adversário portista não era fácil, já se sabia, mas o golo madrugador serenou, de alguma forma, a equipa de Vítor Bruno, que trocava a bola de pé para pé em busca das melhores soluções e dominava o jogo de forma absoluta, obrigando Jonathan a trabalhos forçados.
O 2-0 acabou por chegar com toda a naturalidade, ao minuto 30, por Nico González, com um remate colocado – Galeno galga metros, serve Ivan Jaime, que assiste o espanhol (aos 34 lá Jonathan voltou a puxar dos galões, desta feita com defesa a remate de Pepe...).
Ou seja... continuava só a dar FC Porto e Luís Freire não perdeu tempo, operando três alterações logo ao minuto 37: saíram Kiko Bondoso, João Tomé e Tiago Morais, que não estavam a cumprir do ponto de vista defensivo, e entraram Fábio Ronaldo, Olinho e João Graça.
O técnico agiu... Patrick William estragou: seis minutos depois do técnico tentar fazer qualquer coisa para mexer com o jogo e com a sua equipa, o central vê o segundo amarelo e deixa o Rio Ave a jogar com dez. Definitivamente, nada corria bem aos vilacondenses, que, em 90 minutos, criaram uma única ocasião de golo (76), mas Vrousai foi infeliz na finalização.
Um momento raríssimo, pois o sentido único do jogo registado da primeira parte manteve-se na segunda, a bola rondou a baliza de Jonathan com perigo várias vezes (que grandes defesas ao minuto 58, a remate de Pepe, 76 e 84, ambas a tiros de Galeno), mas fica a ideia de que, com o jogo controlado, os dragões foram baixando ligeiramente a intensidade e gerindo o esforço, quiçá a pensar na deslocação a Alvalade no sábado.
Uma palavra, ainda assim, para o Rio Ave. O jogo não correu bem, mas deve registar-se o facto de Luís Freire ainda ter tentado ir atrás do resultado, acabando por ver a sua ambição limitada pela expulsão de Patrick William. Certo é que, nestas três primeiras jornadas, os vilacondenses já visitaram Alvalade (1.ª) e Dragão (3.ª). Perderam os dois jogos, é factual, mas fica evidente que o técnico português está a preparar uma equipa para realizar um campeonato tranquilo - chegaram muitos jogadores e construir uma equipa leva tempo. Com o FC Porto não teve qualquer hipótese, mas o futuro pode ser risonho.